Sindnapi nega que mensalidade foi cobrada irregularmente de Paulinho da Força; deputado é ex-dirigente da entidade e assinou autorização em 2019.
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) negou que tenha feito descontos associativos irregulares do deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
À CNN, a entidade encaminhou um documento assinado em 18 de setembro de 2019 pelo parlamentar autorizando o desconto mensal de 2,5% sobre o seu benefício. Paulinho foi um dos fundadores do Sindnapi, mas está afastado desde 2021.
“O Sindnapi não tem qualquer registro de pedido de desfiliação do associado e fundador do sindicato Paulo Pereira da Silva”, informou a entidade.
Um dos signatários do pedido de CPMI sobre fraudes no INSS, o deputado Paulinho da Força afirmou à CNN que foi vítima do esquema e só percebeu os descontos indevidos após a operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), em 23 de abril, revelar irregularidades em aposentadorias e pensões.
Presidente do Solidariedade, Paulinho da Força disse que seus descontos ocorriam há pelo menos dois anos. No contracheque que o parlamentar enviou à reportagem, consta uma contribuição ao Sindnapi de R$ 81,57.
O sindicato é ligado à Força Sindical, mas desde 2023 é comandado por Milton Cavalo, que é dirigente do PDT e aliado do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, presidente do PDT. Em 2024, Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumiu como vice na entidade.
Dirigentes do Sindnapi veem oportunismo do presidente do Solidariedade ao acusar o desconto ilegal.
Paulinho da Força faz oposição ao atual grupo que comanda a Sindnapi. Na eleição que deu vitória a Milton Cavalo, o deputado apoiou Luiz Adriano. Após a derrota, Paulinho diz ter pedido a desfiliação.
Nesta terça-feira (13), o parlamentar voltou a afirmar que havia pedido a desfiliação do sindicato.
“Na medida em que eu apoiei Luiz Adriano para ser o presidente, eu pedi desfiliação e eles continuaram descontando. Como eu não olhei no meu desconto, eles continuaram me descontando. Então eu considero o desconto ilegal”, disse o deputado.
Questionado se tinha o comprovante que havia pedido oficialmente para sair do sindicato, o deputado diz que não, alegando que foi há muito tempo.
Por: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação
