Para André Lins, foco deveria ser nas plataformas ilegais que operam fora da regulamentação e expõem jogadores e influenciadores a riscos.
O advogado André Lins, representante da Associação em Defesa da Integridade, Direitos e Deveres nos Jogos e Apostas (Adeja), criticou o rumo da CPI das Apostas Esportivas, afirmando que o foco do Congresso está equivocado. Segundo ele, o verdadeiro problema está nas plataformas ilegais, que operam sem qualquer fiscalização.
“Não há uma atitude efetiva para coibir o jogo ilegal. As bets reguladas seguem regras rígidas e não podem, por exemplo, pagar comissão ao influenciador caso o jogador perca dinheiro. O foco da CPI está errado”, afirmou Lins, em entrevista à CNN.
De acordo com o advogado, muitas das casas irregulares são controladas por grupos estrangeiros, principalmente chineseS e operam com disfarces em plataformas como o Telegram, utilizando endereços suspeitos que não terminam com o “.bet.br”, que identifica as operadoras legalizadas no Brasil.
“Ainda vemos influenciadores desavisados que promovem esses sites sem perceber que são ilegais”, alertou.
Dependência em debate
Sobre o risco de vício em jogos, Lins citou dados da Associação Nacional dos Jogos e Loterias, indicando que apenas 2% dos usuários seriam considerados compulsivos. Ele reforça que, embora o problema exista e deva ser acompanhado, a maioria dos jogadores prática apostas de forma moderada.
Os dados mostram também um retrato curioso do comportamento por gênero: 47% dos apostadores são mulheres, que, segundo o advogado, têm maior tendência a sacar os ganhos. Já os homens, em sua maioria, optam por reinvestir os valores em novas apostas.
Por: Daniela Castelo Branco
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