Ministério da Agricultura confirma 1º foco do vírus em sistema produtivo; governo aciona plano de contenção e reforça que não há risco ao consumidor.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou nesta sexta-feira (16) que a China suspendeu temporariamente a compra de carne de frango brasileira. A decisão ocorre após o Brasil identificar, pela primeira vez, um foco de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial.
Até então, os casos registrados da doença estavam restritos a aves silvestres ou de subsistência. A confirmação em um sistema de produção industrial acende um sinal de alerta e, de acordo com o ministro, aciona o chamado “autoembargo”, um protocolo adotado pelo próprio país para demonstrar rigor técnico e transparência perante os parceiros comerciais.
Em nota oficial, o Ministério da Agricultura e Pecuária informou que as ações de contenção e erradicação do foco já foram iniciadas, conforme previsto no Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária. A medida tem o objetivo de impedir a disseminação do vírus e preservar a capacidade produtiva do setor avícola brasileiro, um dos maiores exportadores do mundo.
Além disso, o governo já iniciou as comunicações formais com a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, e com países importadores da proteína brasileira, incluindo a própria China.
Setor aposta em rápida resolução
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou, em nota, que confia na agilidade das autoridades brasileiras para tratar o episódio com a devida responsabilidade e garantir a retomada das exportações o quanto antes. A entidade também ressaltou que o foco isolado não representa risco à saúde do consumidor.
“O sistema de produção brasileiro é reconhecido pela robustez e pelo rigor sanitário. O momento exige cautela, mas também confiança nas medidas técnicas em curso”, pontuou a ABPA.
Impacto monitorado
Embora a suspensão das exportações para a China, principal destino da carne de frango brasileira, represente um impacto imediato, o Ministério da Agricultura acredita que o protocolo de contenção pode minimizar os efeitos econômicos e evitar novos embargos por parte de outros países.
A expectativa do governo é de que, com transparência, rastreabilidade e ações rápidas, o Brasil possa superar a situação sem danos estruturais ao setor, que gera milhares de empregos e é um pilar relevante da balança comercial do país.
Por: Daniela Castelo Branco
Foto: Arquivo