Cartola busca novo respaldo de Gilmar Mendes após novo afastamento pela Justiça do Rio; Fernando Sarney foi nomeado interventor.
O presidente afastado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, recorreu nesta quinta-feira (15) ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na tentativa de reverter a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que o retirou mais uma vez do comando da entidade.
O pedido chega após a 19ª Câmara Cível do TJ-RJ anular o acordo que havia restituído Ednaldo ao cargo no início de 2024, com base em suposta falsificação da assinatura do vice-presidente Coronel Nunes, figura central no apoio formal ao retorno do dirigente. Segundo o tribunal, há “robustos indícios” de que o Coronel, com limitações cognitivas, não teria condições de assinar o documento.
A decisão judicial levou à nomeação do dirigente Fernando Sarney como interventor provisório da CBF, com a missão de convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
O que Ednaldo quer
Na petição enviada ao STF, Ednaldo Rodrigues pede que a Corte:
1. Reafirme a validade da liminar anterior, concedida por Gilmar Mendes em janeiro, que havia restaurado seu mandato como presidente da CBF;
2. Suspenda imediatamente os efeitos da decisão do desembargador Gabriel Zéfiro, do TJ-RJ, que resultou em seu afastamento nesta semana;
3. Caso a suspensão não seja concedida, reconheça como ilegal a escolha de Fernando Sarney como interventor, defendendo que o cargo interino seja ocupado pelo diretor mais idoso da CBF, Hélio Menezes, como prevê o estatuto da entidade;
4. Determine que o TJ-RJ se abstenha de qualquer nova intervenção enquanto estiver em vigor a decisão anterior do Supremo.
Entenda o impasse
A crise na CBF ganhou novo capítulo após laudos médicos e perícia grafotécnica apontarem que a assinatura do Coronel Nunes, utilizada para validar o acordo que manteve Ednaldo na presidência, teria sido feita sem sua real capacidade de entendimento. A partir dessa evidência, a Justiça do Rio anulou o documento, abrindo espaço para mais uma troca no comando da entidade.
Ednaldo já havia sido afastado em 2023 por decisão da Justiça fluminense, mas retornou ao cargo em janeiro por meio da liminar de Gilmar Mendes, que entendeu haver riscos à estabilidade institucional da CBF diante das disputas judiciais.
Agora, o cartola tenta novamente manter-se à frente da confederação com o apoio da mais alta instância do Judiciário, em uma disputa que parece longe de um desfecho definitivo.
Por: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação