Italiano, que já treinou 46 brasileiros, revela episódio curioso e fãs resgatam história com Rivaldo no Milan
Carlo Ancelotti tem um currículo invejável e uma relação de longa data com jogadores brasileiros. Não à toa que foi escolhido para assumir a Seleção Brasileira a partir de 2025. E é justamente essa conexão com o talento verde e amarelo que o italiano fez questão de destacar em entrevista à TV Globo.
“Os brasileiros, na minha opinião, têm um bom caráter. Tecnicamente, são melhores que os outros. Do ponto de vista pessoal, são tranquilos, humildes… a maioria”, elogiou. Mas, nem tudo foram flores. Ao ser questionado se já teve problemas com algum brasileiro, Ancelotti não fugiu: “Tive com um, mas não vou dizer quem é.”
Bastou essa declaração para as redes sociais fazerem seu trabalho. E logo um nome ganhou força nas lembranças dos fãs: Rivaldo.
O episódio remonta aos tempos de Milan, em 2002. O craque brasileiro, eleito melhor do mundo em 1999 e recém-pentacampeão mundial, chegou ao clube cheio de expectativa. Mas esbarrou em um problema logo de cara: o banco de reservas.
A história está registrada no livro de Ancelotti, “Liderança Tranquila“. Antes de uma partida contra o Modena, pela Série A italiana, o técnico chamou Rivaldo para uma conversa nada fácil. Disse que ele começaria no banco, já que não havia feito a pré-temporada completa. A resposta foi direta, quase automática: “Rivaldo nunca ficou no banco.”
O clima azedou. O brasileiro ficou tão irritado que deixou a concentração. Ancelotti, então, tentou contornar a situação garantindo que ele seria titular na partida seguinte, três dias depois. Rivaldo, ainda contrariado, aceitou a decisão e entrou no segundo tempo daquela vitória por 3 a 0.
A passagem do camisa 11 pelo Milan acabou sendo marcada por altos e baixos. Apesar de conquistar títulos importantes, incluindo a Champions League de 2003, Rivaldo nunca se firmou como titular absoluto e deixou o clube após apenas 18 meses, rumo ao Cruzeiro.
Ao longo de três décadas de carreira, Ancelotti trabalhou com nada menos que 46 jogadores brasileiros, uma verdadeira seleção de craques, de Kaká a Ronaldinho Gaúcho, passando por Ronaldo, Cafu, Thiago Silva, Vinicius Jr., Rodrygo, Militão e, em breve, Endrick.
Seja quem for o protagonista desse episódio; e tudo indica que foi mesmo Rivaldo, uma coisa é certa: o carinho de Ancelotti pelo futebol brasileiro segue intacto. E, agora, é com a camisa da Seleção que ele vai transformar essa longa relação em história.
Por: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação