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Tem passagem com a Azul? Entenda o que muda com o pedido de recuperação judicial nos EUA

Companhia aérea garante que voos seguem normalmente e que clientes não serão afetados; entenda os impactos da decisão.

Se você tem passagem marcada com a Azul, é natural que a notícia do pedido de recuperação judicial da companhia aérea nos Estados Unidos tenha gerado um certo frio na barriga. Afinal, o que acontece com os voos já comprados? E os pontos do programa de fidelidade?

Calma. A empresa garantiu que segue operando normalmente e que não haverá qualquer impacto para os passageiros. Em comunicado oficial, a Azul reforçou que todos os bilhetes estão mantidos, assim como os benefícios do programa Azul Fidelidade.

“O cliente não será afetado. A companhia seguirá voando, operando normalmente e mantendo seus compromissos durante todo o período de reestruturação”, informou a empresa.

O pedido, feito nesta quarta-feira (28) na Justiça dos Estados Unidos, faz parte do chamado Chapter 11, um modelo que permite às empresas se reorganizarem financeiramente sem interromper suas atividades. Essa é uma estratégia comum entre grandes companhias aéreas mundo afora, especialmente em momentos de forte desequilíbrio financeiro: cenário que se agravou desde a pandemia.

E meus voos, correm risco?

De acordo com Fernando Canutto, especialista em direito empresarial e sócio do Goodke Advogados, a chance de um cancelamento de voo por causa do processo é muito baixa.

“Não posso dizer que é impossível, mas é altamente improvável. A maioria das companhias aéreas continua a honrar as reservas durante o processo de reestruturação”, afirma o advogado.

O que muda de forma prática, explica Canutto, é que a empresa ganha tempo para reorganizar suas finanças, negociar com credores e buscar soluções para se manter saudável, sem que isso interfira diretamente na operação diária.

Vale destacar que recuperação judicial não é falência. Na falência, a empresa encerra atividades, liquida bens e paga os credores na medida do possível. Já no Chapter 11, como o adotado pela Azul, a companhia continua funcionando enquanto negocia saídas para sua dívida.

Por que o pedido foi feito nos Estados Unidos?

O advogado Filipe Denki, especialista em insolvência empresarial e sócio do Lara Martins Advogados, explica que optar pela Justiça norte-americana traz vantagens no processo.

“O sistema dos Estados Unidos oferece mecanismos mais eficientes de proteção patrimonial, centralização das discussões com credores internacionais e acesso ao DIP Financing, um financiamento prioritário que seria muito mais complexo de implementar no Brasil”, afirma.

E agora?

Por enquanto, nada muda para quem já tem passagem emitida, pontos acumulados ou benefícios com a Azul. A orientação é acompanhar os canais oficiais da companhia, que promete seguir operando normalmente enquanto busca se reorganizar.

Se você está com viagem marcada, pode respirar aliviado e, claro, seguir de olho nos desdobramentos.

Por: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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