Home / Politica / PEC do fim da reeleição trava no Senado e gera crise entre parlamentares

PEC do fim da reeleição trava no Senado e gera crise entre parlamentares

 Proposta que reduziria mandato de senador causou revolta e travou votação: “Senadores perpétuos”, criticou Girão.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para cargos no Executivo: presidente, governadores e prefeitos, travou no Senado e, por enquanto, ficou sem data para votação em plenário.

O impasse surgiu após uma emenda polêmica, apresentada de última hora pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), que reduz o mandato de senadores de oito para cinco anos. Até então, o texto-base previa justamente o contrário: ampliar o mandato para dez anos, sem possibilidade de reeleição.

“Do jeito que estava, seria como dar perpetuidade de mandato e isso custaria quase R$ 80 milhões a mais para cada senador. O bom senso reinou na CCJ”, disparou Girão.

A proposta, que vinha avançando na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), acabou causando desconforto generalizado no Senado. Nos bastidores, a decisão irritou diretamente o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), que retirou a PEC da pauta desta semana.

 Mandato mais curto não agradou os senadores

Senadores criticaram abertamente a ideia de reduzir seus próprios mandatos. A alteração acendeu o sinal de alerta em parte dos parlamentares, que passaram a se mobilizar para barrar o avanço do texto.

“Querem criar senadores perpétuos, concentrando poder sem alternância real, e ainda sobrecarregando a Justiça Eleitoral”, disse um parlamentar nos corredores da Casa.

 Risco de caos eleitoral e críticas de especialistas

O presidente da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), Sidney Neves, também alertou sobre os efeitos da PEC.

“A unificação das eleições pode levar ao colapso da Justiça Eleitoral e criar castas apinhadas no poder. Sem eleições frequentes, se atrofia o processo democrático”, afirmou.

 O que previa a PEC?

O texto-base tratava do fim da reeleição para o Executivo e previa:

            •          Mandatos de cinco anos para presidente, governadores e prefeitos, sem chance de reeleição.

            •          Para senadores, estava proposto ampliar o mandato atual de oito para dez anos.

            •          Deputados federais, estaduais e vereadores manteriam mandatos de cinco anos.

Com a inclusão da emenda que corta o mandato de senador para cinco anos, o cenário se tornou insustentável para muitos senadores, que agora pressionam para rever o texto.

Por enquanto, a PEC segue sem data para ser votada em plenário e a negociação promete ser longa.

Por: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *