Comissão será usada como trincheira da oposição para atacar Palácio do Planalto.
O Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, não quer perder tempo. A legenda decidiu escalar o que tem de mais fiel e combativo no Congresso para integrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que deve ser oficialmente instalada nas próximas semanas.
O plano é claro: usar a comissão como palco para desgastar o governo Lula, amplificando críticas e mirando diretamente na imagem do presidente, que busca a reeleição em 2026.
Núcleo duro a postos
Entre os nomes praticamente certos na linha de frente estão os deputados Bia Kicis (DF) e Nikolas Ferreira (MG), além do senador Rogério Marinho (RN); todos símbolos da ala mais bolsonarista no Congresso.
A ordem interna é transformar a CPMI em uma verdadeira trincheira política, com foco em desgastes midiáticos e redes sociais. E não será uma atuação isolada: o próprio Jair Bolsonaro prometeu acompanhar pessoalmente os trabalhos da comissão, orientando os movimentos da oposição.
CPMI deve começar de fato só em agosto
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), deve fazer a leitura do requerimento de instalação em junho. Mas, com o recesso parlamentar no meio do caminho, a tendência é que os trabalhos efetivos comecem mesmo só em agosto.
O recado da oposição é claro:
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro não escondem: a CPMI do INSS é vista como a oportunidade mais concreta, neste momento, de gerar um desgaste real e contínuo contra Lula.
Com a máquina pública enfrentando filas, queixas e gargalos no INSS, o tema tem forte apelo popular e, portanto, alto potencial para virar munição nas eleições de 2026.
O que se pode entender com o desenrolar dos fatos:
A oposição vai usar a CPMI como vitrine;
O governo, que se prepare: o embate será barulhento e estratégico;
No centro de tudo, mais uma vez, a polarização que segue ditando o ritmo da política brasileira.
Por: Daniela Castelo Branco
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