Pressionado por partidos aliados, ex-presidente resiste a antecipar decisão sobre sucessão presidencial
Apesar da pressão de aliados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não deve antecipar a escolha de quem representará a direita na disputa pela Presidência da República em 2026. A definição, segundo o próprio PL, só deve acontecer no próprio ano da eleição.
“Se ele não for candidato, decide em 2026”, afirmou o presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, em entrevista à CNN. Para ele, qualquer decisão cabe exclusivamente a Bolsonaro, por entender que é o ex-presidente quem concentra os votos da direita no país.
Nos bastidores, partidos de centro-direita, como Republicanos e PP, defendem que Bolsonaro escolha um nome até dezembro deste ano. A estratégia seria permitir que o escolhido comece a articular alianças, dialogar com o centro político e se fortalecer nacionalmente para enfrentar uma eventual candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Quem são os favoritos?
Os nomes mais cotados no campo bolsonarista seguem sendo o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). Ambos, no entanto, só devem se lançar na disputa se tiverem o aval direto do ex-presidente.
O tempo, porém, pesa contra alguns desses nomes; especialmente Tarcísio. Se quiser concorrer ao Palácio do Planalto, ele precisará renunciar ao governo de São Paulo até abril de 2026. E, quanto mais Bolsonaro demorar, menor é a chance de que ele deixe o cargo.
O Republicanos, partido de Tarcísio, trabalha para que a definição aconteça, no máximo, até janeiro. Se isso não ocorrer, a tendência é que o governador abandone qualquer plano nacional e dispute a reeleição no estado.
Por ora, Bolsonaro segue sem sinalizar qualquer decisão. E, dentro do PL, a aposta é de que ele vai segurar essa carta até o limite.
Por: Daniela Castelo Branco
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