Pedido também inclui quebra de sigilo bancário e investigação sobre possível envio de dinheiro para financiar ataques ao sistema de justiça brasileiro .
O Partido dos Trabalhadores (PT) acionou a Polícia Federal para pedir o bloqueio das contas do ex-presidente Jair Bolsonaro e também a interrupção de possíveis transferências de dinheiro para o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.
O pedido foi formalizado nesta segunda-feira (2) pelo líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), que alega risco imediato à efetividade das investigações sobre a trama golpista que envolve Bolsonaro e aliados.
No documento, Lindbergh afirma que permitir que Eduardo continue recebendo dinheiro do Brasil “reforça a continuidade da ofensiva contra o Estado Democrático de Direito” e pode atrapalhar o trabalho da Justiça.
O que o PT pediu à PF:
1️⃣ Bloqueio imediato das contas de Jair Bolsonaro e de qualquer fluxo de recursos do Brasil para Eduardo Bolsonaro, nos EUA.
2️⃣ Quebra de sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro, Eduardo e demais envolvidos, para rastrear valores enviados ao exterior: especialmente os arrecadados por Pix, que, segundo o partido, teriam como finalidade financiar estruturas para atacar o sistema de justiça brasileiro.
3️⃣ Que a PF acione o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para detectar movimentações financeiras suspeitas envolvendo os dois e eventuais intermediários.
Além disso, o PT também pediu que seja aberta uma investigação contra o deputado Felipe Barros (PL-PR), acusado de ter feito reuniões no exterior com o objetivo de buscar apoio internacional contra autoridades brasileiras.
Contexto da crise
O pedido do PT acontece em meio ao acirramento da crise envolvendo Bolsonaro e seus aliados, após o avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. Nos últimos dias, as atenções também se voltaram para a viagem de Eduardo Bolsonaro aos Estados Unidos, onde teria se encontrado com aliados do ex-presidente Donald Trump.
A ofensiva da base governista acontece paralelamente às movimentações no Supremo Tribunal Federal (STF), que se prepara para iniciar, na próxima semana, os interrogatórios dos réus acusados de envolvimento na tentativa de ruptura institucional.
Por: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação
