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“Nem Lula, nem Bolsonaro”:  brasileiro demonstra exaustão entre a polarização e sinaliza desejo por novos caminhos

Pesquisa mostra que medo domina o sentimento político da população, enquanto a polarização perde força e o eleitor busca alternativas em meio à frustração com promessas não cumpridas

A polarização política que dividiu o Brasil nas últimas eleições parece estar perdendo fôlego. É o que mostra a mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (5), que revela um retrato incômodo, mas revelador do humor do eleitor brasileiro: 40% dizem ter medo da permanência de Lula na Presidência, enquanto 45% temem a volta de Jair Bolsonaro.

Esse sentimento de rejeição dos dois principais nomes da política nacional acende um alerta nos bastidores de Brasília e ecoa com força nas ruas, redes sociais e rodas de conversa. O brasileiro parece esgotado com a disputa constante entre dois polos que mais se enfrentam do que apresentam soluções concretas. E a frase que define esse momento é simples, direta e cada vez mais ouvida: “Nem Lula, nem Bolsonaro”.

O eleitor quer respirar

A pesquisa mostra que, ao contrário do que se viu em 2018 e 2022, a dualidade não está mais empolgando. Nem mesmo os apoiadores mais ferrenhos conseguem disfarçar o incômodo com os escândalos e promessas não cumpridas que cercam seus candidatos. O brasileiro médio que paga imposto, enfrenta fila no SUS e tenta sobreviver com o salário que tem, já não encontra esperança nesse embate político sem fim.

Entre os dados levantados, a desaprovação de Lula chega a 57%. Mesmo com anúncios recentes como redução na conta de luz, isenção no Imposto de Renda e incentivos ao crédito, a sensação é de que tudo ainda está no papel; e a vida real não mudou.

O governo aposta que, com tempo e articulação, conseguirá reverter esse desgaste. Mas o desafio é grande: se continuar nesse ritmo, Lula pode não chegar nem ao segundo turno em 2026.

Bolsonaro também não surfa em mar calmo

Do outro lado da balança, Jair Bolsonaro também carrega uma rejeição alta e uma série de desafios jurídicos que colocam sua possível candidatura sob risco. Ainda assim, mantém um grupo fiel de apoiadores, mas que já não cresce como antes. Para muitos eleitores, a volta do ex-presidente representa um retorno a tempos de conflito, instabilidade e isolamento internacional.

Nesse cenário, cresce a curiosidade (e até o desejo) por um “terceiro nome”. Alguém que fuja da dicotomia e consiga propor um projeto de país mais conciliador, mais realista, mais próximo da população. O problema é: quem? Até agora, nenhuma liderança conseguiu ocupar esse espaço com força suficiente.

Entre a política e o medo

A pesquisa evidencia um dado difícil de ignorar: o medo está no centro da decisão política. Medo da continuidade, medo da volta, medo do retrocesso, medo do caos. Um país onde o voto é motivado por temor, mais do que por esperança, precisa urgentemente repensar seus caminhos democráticos.

O que os números da Quaest mostram não é só rejeição: é exaustão. É o grito silencioso de uma população que quer deixar de escolher entre o “menos pior” e voltar a sonhar com o “melhor possível”.

Por: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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