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Governo anuncia pacote alternativo ao IOF e mira corte de isenções e gastos 

 
Em reunião com líderes do Congresso, Haddad apresenta medidas para manter o ajuste fiscal sem elevar imposto sobre crédito 

Em um encontro descrito como “histórico” pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o governo federal deu neste domingo (8) os primeiros passos para reestruturar a forma como pretende equilibrar as contas públicas: e tudo isso sem seguir adiante com o aumento no IOF que havia sido previsto. 

A reunião, que se estendeu pela noite entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes partidários do Congresso, resultou em um acordo por alternativas que incluem novas taxações, corte de isenções fiscais e avanços em pautas como reforma administrativa e revisão de supersalários. O objetivo? Cumprir a meta de déficit zero ainda este ano. 

Veja os quatro principais pontos anunciados: 

1. Recalibragem do IOF 
A ideia de aumentar o IOF, que gerou reação negativa do setor produtivo, foi revista. Haddad sinalizou que haverá uma redução nas alíquotas inicialmente propostas. Um dos pontos mais sensíveis; o chamado “risco sacado”, que impacta diretamente grandes redes varejistas, deve ser excluído do novo texto. 

2. Fim da isenção para LCI e LCA 
Uma nova medida provisória será enviada ao Congresso nos próximos dias. Entre as mudanças, está o fim da isenção de Imposto de Renda sobre as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e do Agronegócio (LCAs), que passarão a ser taxadas com alíquota de 5%. 

3. Corte de isenções fiscais 
O governo quer reduzir em pelo menos 10% os atuais R$ 800 bilhões em benefícios tributários concedidos a setores da economia. A revisão das isenções, segundo Haddad, é essencial para reequilibrar as contas públicas sem recorrer apenas ao aumento de tributos. 

4. Controle dos gastos primários 
Também estão na mira do governo projetos que tratam do controle das despesas com funcionalismo público; como aposentadoria de militares e supersalários. O presidente da Câmara prometeu entregar, até o início de julho, um texto com a nova proposta da reforma administrativa. 

As medidas serão oficialmente apresentadas ao presidente Lula após seu retorno da Europa, e uma nova rodada de negociações será agendada para avaliar a viabilidade política de cada ponto. 

O recado dado na reunião é claro: é hora de ajustar as contas, mas sem empurrar a fatura para quem movimenta a economia real. O desafio agora é fazer com que o plano saia do papel e que a política não atrase o que o mercado quer ver de imediato: responsabilidade fiscal com foco estrutural. 

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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