Marcos Rocha relata tensão e reforça que grupo segue seguro enquanto aguarda escolta para deixar o país
Em meio à escalada do conflito entre Israel e Irã, autoridades brasileiras que estão no território israelense vivem momentos de apreensão. Uma delas é a comitiva de Rondônia, liderada pelo governador Marcos Rocha, que permanece em um bunker enquanto aguarda apoio para deixar a região com segurança.
O grupo, que integra uma delegação com representantes de diversos estados brasileiros, está na zona de risco e deve ser escoltado pelas Forças de Defesa de Israel até a Jordânia. A operação, segundo o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, está sendo articulada em conjunto com a embaixada de Israel no Brasil e deve ocorrer na manhã desta segunda-feira (16).
Além do governador Marcos Rocha, fazem parte da comitiva rondoniense o secretário de Integração, Augusto Leonel de Souza Marques; o secretário-chefe da Casa Militar, Valdemir Carlos de Góes; a chefe de Agenda do Governador, Maricleide Lima da Fonseca; a chefe de Gabinete, Rute Carvalho Silva Pedrosa; e o chefe de Mídias, Renan Fernandes Barreto.
Em mensagem enviada diretamente de Israel, o governador relatou o clima de tensão e reforçou que todos estão bem:
“Estamos em um bunker aqui em Israel. Minutos atrás, mísseis foram lançados contra o país, mas, graças a Deus, todos foram interceptados antes de atingir o solo. Mesmo diante dessa realidade, seguimos trabalhando pelo nosso estado. Hoje, realizamos reuniões importantes com secretários e deputados, com o objetivo de dar sequência ao nosso planejamento de entregas para Rondônia. A todos que têm familiares aqui, estamos atentos: o governo de Israel tem prestado apoio e segurança. Seguimos firmes, em oração e com fé de que tudo isso termine em breve. Que Deus continue nos protegendo. Um forte abraço. Que estejamos todos com Deus.”
O episódio gerou mobilização também no Senado Federal. A Comissão de Relações Exteriores, presidida pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), já levantou a lista completa de autoridades brasileiras presentes em Israel e solicitou apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) para garantir o retorno seguro do grupo ao Brasil.
Além da comitiva de Rondônia, integram a delegação representantes dos governos do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, membros do Consórcio Brasil Central, além de prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais de diversas cidades brasileiras.
O Grupo Parlamentar Brasil-Israel, que acompanha de perto a situação, chegou a divulgar nota no sábado (14) criticando a postura do governo brasileiro em relação ao conflito. Segundo os parlamentares, a falta de um posicionamento mais firme estaria dificultando as negociações para retirada das autoridades nacionais da zona de risco.
Até o momento, nem o Itamaraty nem a embaixada de Israel no Brasil confirmaram oficialmente os detalhes da escolta citada pelo senador Carlos Viana. Enquanto isso, o grupo brasileiro permanece em solo israelense, lidando com os impactos diretos de uma guerra que já deixou dezenas de mortos e tem provocado apreensão no mundo todo.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/PortalRO
