Presidente do instituto é afastado após operação da PF; esquema envolvia servidores e entidades fantasmas

A oposição no Congresso conseguiu nesta terça-feira (29) reunir as 171 assinaturas necessárias para instaurar a CPI do INSS. A comissão vai investigar um megaesquema de fraudes que teria causado prejuízo bilionário a aposentados e pensionistas por meio de descontos indevidos em benefícios.
A instalação da CPI ocorre dias após a deflagração da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou o envolvimento de servidores do próprio INSS e de entidades de fachada em um esquema que movimentou cerca de R$ 6,3 bilhões.
Como resultado da investigação, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo, juntamente com outros cinco servidores. Segundo a CGU, entre as 29 entidades analisadas, 70% não apresentaram documentação exigida, e a maioria dos beneficiários sequer tinha autorizado os descontos em folha.
“É preciso colocar na cadeia esses criminosos e devolver o dinheiro do aposentado e do pensionista”, afirmou o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), autor do pedido da CPI.
Números da Operação Sem Desconto:
• 211 mandados de busca e apreensão
• 6 prisões temporárias
• Ações em 13 estados e no Distrito Federal
• Apreensões de carros de luxo, dinheiro vivo, joias e obras de arte
Os investigados devem responder por crimes como corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, violação de sigilo funcional, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em resposta ao escândalo, o governo federal determinou a suspensão dos Acordos de Cooperação Técnica com as entidades envolvidas. A orientação oficial é que aposentados e pensionistas lesados solicitem a exclusão dos débitos pelo site ou aplicativo Meu INSS.
Por: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação