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Tarifaço: Trump surpreende e impõe tarifa de 50% ao Brasil, gerando alerta no governo

Decisão inesperada afeta relações bilaterais e é vista como retaliação política; Planalto adota tom diplomático, mas não descarta resposta

A nova medida anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pegou o Brasil de surpresa: uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros começará a valer a partir de 1º de agosto. O comunicado oficial foi enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio de carta e divulgado na rede Truth Social.

O impacto é significativo; tanto pela alíquota elevada quanto pelo simbolismo político. A decisão contraria as expectativas do governo brasileiro, que não considerava o país entre os alvos prioritários de Washington. Internamente, a leitura era de que os Estados Unidos concentrariam esforços em negociações com nações com as quais acumulam déficits comerciais; o que não é o caso do Brasil.

Segundo fontes da área econômica, que preferiram não se identificar, o governo vinha mantendo conversas com autoridades americanas, mas não havia sinalização de medidas tão severas. A surpresa com o chamado “tarifaço” vem acompanhada de uma avaliação delicada: para auxiliares do Planalto, a justificativa de Trump escapa aos padrões da lógica comercial e estaria ligada a recentes críticas à atuação do STF e ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), temas que o republicano tem abordado publicamente.

A leitura no governo é de que há forte componente político por trás da decisão. Apesar disso, o Brasil adota um tom cauteloso. A orientação do Palácio do Planalto, por ora, é manter a serenidade, evitar reações intempestivas e apostar no diálogo diplomático como caminho preferencial para conter danos e preservar os interesses nacionais.

“É hora de botar a bola no chão”, comentou um interlocutor do governo, ressaltando a importância de evitar uma escalada que possa comprometer as relações comerciais e políticas entre os dois países.

A tarifa imposta ao Brasil é a mais alta entre os países afetados pelo novo pacote americano, que inclui também Argélia, Brunei, Iraque, Líbia, Moldávia, Sri Lanka e Filipinas: estes com alíquotas de até 30%.

Ao justificar a medida, Trump afirmou que a tarifa de 50% “é muito menor do que o necessário para termos condições de concorrência equitativas que devemos ter com o seu país”, sugerindo que vê desequilíbrios comerciais que, até então, não eram reconhecidos pelo mercado.

Nos bastidores, o governo Lula considera o anúncio uma ação claramente política e estuda uma resposta baseada na lei de reciprocidade, que permite medidas equivalentes por parte do Brasil.

Enquanto o tabuleiro internacional se movimenta, o Planalto tenta equilibrar estratégia e temperança para evitar que a disputa se transforme em uma crise de maiores proporções.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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