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Pesquisa aponta que maioria dos brasileiros desaprova atuação do Congresso e rejeita repasse de emendas parlamentares

Pesquisa Genial/Quaest revela que 51% dos brasileiros não aprovam o trabalho de deputados e senadores; quase metade da população é contra a distribuição de verbas bilionárias por emendas.

O Congresso Nacional enfrenta um cenário de baixa popularidade e crescente desconfiança por parte dos brasileiros. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira (21), 51% da população desaprova o desempenho dos parlamentares, enquanto 42% aprovam e 7% não souberam responder. O levantamento ouviu 2.004 pessoas entre os dias 10 e 14 de julho, com margem de erro de dois pontos percentuais e 95% de nível de confiança.

O estudo vai além da simples aprovação geral e mergulha em recortes por religião, escolaridade, posicionamento político e região do país. Entre os católicos, a aprovação ao Congresso chega a 45%, enquanto entre os evangélicos é ligeiramente menor. O nível de escolaridade também impacta a percepção: quanto maior o grau de instrução, maior a desaprovação. Aqueles com ensino superior completo são os mais críticos, enquanto quem estudou até o ensino fundamental tende a aprovar mais o trabalho dos parlamentares.

No aspecto político, lulistas e petistas são os que mais aprovam o Congresso, enquanto bolsonaristas lideram a desaprovação. Entre os eleitores do segundo turno de 2022, 48% dos que votaram em Lula aprovam o trabalho do Legislativo, contra 46% que desaprovam. Já entre os que votaram em Bolsonaro, 54% desaprovam e 41% aprovam. Quem votou nulo, em branco ou não compareceu às urnas mostra o maior índice de insatisfação: 55% de desaprovação.

A percepção também varia conforme a região do país. O Nordeste lidera a aprovação ao Congresso, enquanto o Sudeste concentra a maior desaprovação, seguido por Sul, Centro-Oeste e Norte.

Outro dado que chama atenção no levantamento é a rejeição às emendas parlamentares: instrumentos legais que permitem aos deputados e senadores direcionarem recursos do Orçamento federal a projetos e obras em estados e municípios. Para 46% dos entrevistados, os parlamentares não deveriam receber esses recursos. Apenas 38% são favoráveis às emendas, enquanto 16% não souberam opinar.

Mais do que isso: 72% dos brasileiros admitiram que sequer sabiam que os parlamentares acumulam R$ 50 bilhões em emendas para distribuir. Esse desconhecimento acende um alerta sobre a transparência no uso do dinheiro público e reforça a sensação de distanciamento entre o Congresso e a população.

As emendas, apesar de previstas na Constituição, vêm sendo alvo constante de críticas por favorecerem trocas políticas e distribuição desigual de recursos. Elas se dividem em categorias como emendas individuais, de bancada, de comissão e de relator; algumas delas impositivas, ou seja, de repasse obrigatório.

Os dados da Quaest mostram que, para boa parte da população, falta confiança na forma como esses recursos são utilizados e na atuação parlamentar como um todo. Em tempos de crise institucional e descrença na política, o Congresso Nacional terá o desafio de reverter essa percepção negativa e se reconectar com os anseios dos brasileiros.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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