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Denúncias contra exploração infantil nas redes reacendem debate sobre proteção de menores na internet

Youtuber Felca denuncia adultização e exploração de crianças no meio digital, gerando ampla repercussão e pressionando por avanços legislativos para proteger crianças e adolescentes online.

O impacto das redes sociais na infância ganhou um novo capítulo com as denúncias contundentes do youtuber Felipe Bressanim Pereira, o Felca. Em um vídeo que já ultrapassa 28 milhões de visualizações, publicado na última quarta-feira (6), ele expõe a adultização precoce de crianças e adolescentes nas plataformas digitais, e denuncia casos graves de exploração de menores, entre eles o do influenciador Hytalo Santos, cuja conta no Instagram foi desativada após a repercussão do assunto.

Com seu estilo característico que mistura ironia e seriedade, Felca alerta para os riscos da manipulação dos algoritmos que ampliam a exposição dessas crianças, tornando-as vulneráveis a abusos e a um ambiente que muitas vezes ultrapassa os limites da infância. O vídeo ganhou apoio de diversas celebridades, como a escritora Glória Perez, a cantora Claudia Leitte e a ex-BBB Gizelly Bicalho, que reconheceram a coragem do influenciador ao trazer à tona um tema delicado e urgente.

O caso Hytalo Santos está sob investigação do Ministério Público da Paraíba desde 2024, que apura possível exploração sexual de menores em seus conteúdos. O influenciador defende sua postura, afirmando que tem o consentimento das mães e que as adolescentes envolvidas são emancipadas, mas a apuração segue em curso para garantir a proteção das crianças.

Discussão vai virar projeto de lei

Além da repercussão midiática, o tema mobilizou a classe política. O senador Alessandro Vieira (MSB-SE) é autor do projeto de lei 2628/22, que busca estabelecer mecanismos mais rigorosos para a proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais. A proposta prevê, entre outras medidas, o controle parental, a verificação de idade nas plataformas e a obrigatoriedade de remoção imediata de conteúdos que exponham ou explorem menores, sem a necessidade de decisão judicial prévia.

O projeto também proíbe práticas que incentivem o vício em jogos online, como as “loot boxes”, além de prever multas significativas para empresas que descumprirem as regras. A arrecadação com as penalidades será destinada a políticas públicas voltadas para a infância e adolescência.

Nesta segunda-feira (12), a pauta deve ganhar atenção especial na Câmara dos Deputados, com o presidente Hugo Motta e líderes partidários discutindo a possibilidade de votação em regime de urgência para acelerar a proteção dos menores na internet.

Enquanto isso, Felca enfrenta ameaças e precisou reforçar sua segurança, mostrando que a luta contra a exploração infantil e a adultização precoce nas redes é uma batalha que envolve riscos, mas também um crescente apoio social e institucional.

Este debate revela a urgência de políticas públicas e legislação efetiva para garantir que as redes sociais deixem de ser um espaço de exposição e risco para crianças e adolescentes, e passem a ser ambientes seguros para o desenvolvimento saudável e protegido da infância.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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