Grupo tinha como principais alvos famílias judias; operação já prendeu 17 suspeitos e expôs esquema criminoso sofisticado.
O medo bateu à porta de famílias que jamais imaginaram viver momentos de terror dentro de suas próprias casas. Na manhã desta terça-feira (12), a Polícia Civil de São Paulo deflagrou uma operação para desmontar uma quadrilha ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital), especializada em invadir condomínios de alto padrão e atacar moradores; em sua maioria, judeus residentes na capital paulista.
Batizada de “Operação Shalom”, a ação mobilizou dezenas de policiais e cumpriu 51 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão temporária em cidades como São Paulo, Diadema, Cotia, Jundiaí, Guarulhos e Osasco. Até agora, todos os mandados de prisão foram cumpridos: dois suspeitos já eram foragidos da Justiça.
A investigação começou após um crime brutal, em 13 de maio deste ano, quando cerca de dez homens armados invadiram um condomínio entre Higienópolis e Santa Cecília, na região central de São Paulo. Moradores e funcionários foram rendidos e mantidos reféns por cerca de duas horas, enquanto os criminosos recolhiam dinheiro, joias, relógios e outros bens de alto valor.
Segundo a polícia, o grupo agia com planejamento minucioso e divisão de tarefas, marca registrada das ações do PCC. Na véspera do assalto, três homens vestidos com uniformes de uma empresa de telefonia cortaram os cabos de internet do prédio, derrubando o sistema de monitoramento e controle de acesso. No dia seguinte, os bandidos entraram no condomínio usando um carro “dublê” idêntico ao de um morador, burlando o sistema de segurança e aproveitando falhas no reconhecimento facial.
Uma vez dentro, dominaram a portaria e liberaram a entrada de outros veículos, incluindo uma BMW/X3 e um Chevrolet Onix, ambos com placas clonadas. Ao todo, seis apartamentos de famílias judias foram invadidos, e até crianças e idosos ficaram sob a mira de armas.
A Polícia Civil afirma que o objetivo da operação é prender todos os envolvidos, apreender armas, produtos roubados, documentos, eletrônicos e veículos, além de identificar outros integrantes da rede criminosa.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação