Colegiado vai investigar esquema bilionário de fraudes em aposentadorias e pensões e já aprovou primeiras convocações.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga possíveis fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) aprovou nesta terça-feira (26) seu plano de trabalho. As apurações terão como ponto de partida o ano de 2015, período da gestão Dilma Rousseff (PT).
O colegiado se reunirá duas vezes por semana: às segundas-feiras, no fim da tarde, e às quintas, pela manhã. Os trabalhos devem seguir até março de 2026, com possibilidade de prorrogação.
Primeiras convocações aprovadas
Na lista inicial de depoentes estão Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”; o empresário do setor da saúde Maurício Camisotti, alvo de investigações da Polícia Federal; além de dez ex-presidentes do INSS.
“Vamos ouvir primeiro aqueles que estão diretamente ligados às investigações e à apuração dos inquéritos. Assim, nós teremos uma ideia clara de como funcionou o esquema e, em seguida, chamaremos os demais envolvidos”, disse o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG).
Ex-ministros serão convidados
Por acordo entre governistas e o relator, os ex-ministros da Previdência e o atual titular da pasta não serão convocados de forma obrigatória, mas apenas convidados. Estão nessa lista Carlos Lupi, Onyx Lorenzoni, Carlos Eduardo Gabas e José Carlos Oliveira.
Já Paulo Guedes, ex-ministro da Economia no governo Jair Bolsonaro, ficou de fora. “Se formos chamar o Guedes, temos que chamar também o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad”, disse Viana a jornalistas.
Fraudes bilionárias na Previdência
A CPMI foi criada para investigar um esquema de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, revelado em abril após operações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. Estima-se que as cobranças indevidas tenham chegado a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, atingindo milhares de beneficiários em todo o país.
Texto: Daniela Castelo Branco
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