Operação Carbono Oculto revela fraude bilionária; especialistas ensinam como proteger o motor do seu carro e evitar prejuízos.
O perigo que pode estar no seu tanque
A cada abastecimento, milhões de brasileiros confiam que estão colocando combustível de qualidade em seus veículos. Mas a megaoperação Carbono Oculto, do Ministério Público de São Paulo, mostrou que nem sempre é assim. Postos suspeitos de atuar em um esquema do PCC podem adulterar gasolina e diesel, colocando em risco não apenas o motor do carro, mas também o bolso do consumidor.
Como identificar um combustível adulterado
Segundo o professor e mestre em química Jhonatan Alves, alguns postos mascaram a gasolina com teor de álcool acima do permitido ou com nafta, um derivado de petróleo mais barato. “Na bomba, parece que você abastece normalmente, mas na realidade está pagando mais pelo álcool do que pela gasolina. É uma forma de enganar o cliente”, alerta Alves.
O analista técnico automotivo Victor Araujo Pedrão, da Oficina Brasil, explica que sinais de combustível adulterado incluem:
- Falhas no motor, como engasgos e marcha lenta irregular;
- Dificuldade para dar partida;
- Redução de potência e aumento do consumo;
- Emissão excessiva de fumaça, especialmente no diesel;
- Luz de injeção acesa no painel.
Pedrão recomenda que, ao identificar o problema, o consumidor esgote o tanque o quanto antes e faça a drenagem do sistema. Se houver danos, a substituição de peças como bicos injetores, bomba de combustível e filtros é essencial.
Como se proteger
O Instituto Combustível Legal (ICL) orienta que consumidores fiquem atentos a preços muito abaixo da média, que podem indicar irregularidades. Outras medidas de prevenção incluem:
- Abastecer em postos de marcas conhecidas;
- Sempre pedir nota fiscal e documentar o consumo;
- Evitar basear escolhas apenas em aplicativos de preço;
- Denunciar postos suspeitos pelo site do ICL.
Além disso, Alfredo Ramos, presidente do Sindicombustíveis-PE, lembra que o consumidor pode solicitar testes de qualidade e volumétricos nos postos. “Se houver suspeita de adulteração ou diferença no rendimento do carro, o local é obrigado a realizar o teste na hora. Caso não cumpra, pode ser denunciado à delegacia do consumidor”, explica.
Um alerta para todos
Mais do que uma questão de economia, o combate ao combustível adulterado é uma defesa da segurança, do motor do carro e da confiança do cidadão. Em tempos de esquemas bilionários e fraudes complexas, estar atento e exigir seus direitos é a melhor forma de não ser vítima e de contribuir para um mercado mais justo e seguro para todos.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação
