O acidente entre ambulância e carreta que chocou Rondônia, deixando um rastro de dor e luto, ganha novos contornos com a morte do caminhoneiro Dilon Macedo. A tragédia destaca a urgência de ações para garantir a segurança nas estradas da região.
A BR-364, estrada estratégica que corta o coração de Rondônia, foi mais uma vez palco de uma tragédia que marcou profundamente a vida de dezenas de pessoas. Neste último domingo (11), a tragédia que já causou a morte de quatro pessoas há mais de dois meses, ganhou mais uma vítima fatal.
O caminhoneiro Dilon Fernandes Macedo, de 63 anos, não resistiu aos ferimentos e faleceu após passar 23 dias internado no Hospital de Base de Porto Velho. Sua morte eleva para cinco, o número de vítimas fatais do acidente ocorrido na madrugada do dia 18 de abril, entre uma ambulância e uma carreta carregada de soja.
A colisão, que ainda está sendo investigada pela polícia, foi um dos momentos mais devastadores registrados nos últimos anos na rodovia que conecta a capital Porto Velho a outras regiões do estado. O choque entre o veículo de transporte de pacientes e o gigantesco caminhão, conduzido por Dilon, resultou na morte imediata de quatro pessoas.
Entre elas, estavam José Florêncio, motorista da ambulância, a médica Laura Maria Possa, a paciente gestante Fernanda Lino Santos e sua mãe, Silvana Ferreira Lino Rocha, que a acompanhava no momento do acidente. Fernanda estava sendo transportada de Vilhena para Porto Velho para um atendimento médico de urgência, quando sua vida e de sua mãe foram interrompidas de forma brutal.
Dilon Macedo, que estava conduzindo a carreta no sentido contrário, foi socorrido e levado ao hospital com graves ferimentos. Após dias de luta pela vida, a morte do caminhoneiro representa o desfecho mais doloroso dessa tragédia, que agora se transforma em um marco da dor para as famílias envolvidas e para toda a comunidade de Ji-Paraná, sua cidade natal.
O corpo de Dilon será velado na Igreja São Judas Tadeu, onde amigos e familiares se despedirão de um homem que, assim como tantas outras vítimas, pagou com a vida o preço de um acidente cujas causas ainda precisam ser esclarecidas.
A tragédia que se repete
O acidente na BR-364 não é isolado. A rodovia, que é uma das principais artérias logísticas da região Norte, tem sido palco de uma série de tragédias, levantando sérias questões sobre a segurança nas estradas de Rondônia. De acordo com dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a BR-364 já registrou dezenas de acidentes graves nos últimos anos e nos últimos meses, parece que se tornou comum, especialmente em trechos de difícil visibilidade e de alta movimentação de caminhões.
A falta de sinalização adequada, a pavimentação em alguns pontos da rodovia e o alto fluxo de veículos de grande porte, como carretas e caminhões, têm sido apontados como fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes fatais.
A tragédia que envolveu a ambulância e a carreta não é um caso isolado, mas é um dos mais emblemáticos, pela quantidade de vidas perdidas e pela natureza do acidente ; uma ambulância, em plena emergência, que deveria ser um símbolo de salvamento, se tornou o cenário de uma das maiores perdas humanas da história recente de Rondônia.
O impacto humano e a urgência de mudanças
A dor das famílias envolvidas é inconsolável. A perda de uma gestante e de sua mãe é, sem dúvida, uma das tragédias mais sensíveis para qualquer comunidade. O impacto psicológico para os profissionais da saúde que estavam a bordo da ambulância, tentando salvar vidas, também é imensurável.
A morte de Dilon Macedo, embora não seja a primeira, reforça a necessidade urgente de ações concretas para melhorar as condições de tráfego na BR-364, em especial para motoristas, pacientes e profissionais da saúde que diariamente enfrentam os riscos da rodovia.
A responsabilidade da sociedade
Este acidente não pode ser tratado como um simples número em uma estatística. A dor das famílias envolvidas deve nos impulsionar a cobrar mais de nossos governantes e autoridades responsáveis pela segurança nas estradas.
O trágico episódio que ceifou a vida de Dilon Macedo, assim como as vidas de tantas outras vítimas da BR-364, precisa ser um marco para que a segurança nas rodovias de Rondônia seja prioridade.
A morte de Dilon é mais um capítulo de uma história que, infelizmente, continua a se repetir. E só nos resta perguntar: até quando?
Por: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação