Setor se beneficia de clima favorável, safra recorde e base fraca de comparação.
O agronegócio brasileiro começou 2025 acelerando. De janeiro a março, o setor cresceu 12,2% na comparação com o último trimestre de 2024 e se tornou o grande motor da economia brasileira, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado robusto ajudou a empurrar o PIB nacional, que avançou 1,4% no período.
Por trás desse salto do agro estão dois fatores principais: as condições climáticas favoráveis e uma base de comparação fraca, já que no último trimestre do ano passado o setor havia recuado 4,4%.
Imagem: CNN
Soja puxa fila e recorde histórico está no radar
O protagonismo, mais uma vez, é da soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, cuja colheita ocorre justamente no primeiro semestre.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos 2024/25 deve alcançar 332,9 milhões de toneladas, um salto de 35,4 milhões em relação ao ciclo anterior. Se confirmado, será o maior volume da história.
O pesquisador do FGV Agro, Felippe Serigati, destaca que o bom desempenho não veio só da soja. Milho, arroz, fumo e feijão também tiveram papel importante.
“O feijão de primeira safra cresceu 12,8%, algo bastante expressivo, embora tenha recebido pouco destaque nos dados do IBGE”, pontua.
E vem mais por aí
O agro ainda deve surpreender no segundo trimestre, puxado pela colheita do milho, que também caminha para um recorde histórico. Consultorias estimam uma produção na casa de 113 milhões de toneladas, mais que o dobro da safra da Argentina, que gira em torno de 50 milhões.
PIB cresce, mas economia acende sinal de alerta
Apesar da boa notícia no curto prazo, Serigati faz um alerta: a “fotografia” da economia é positiva, mas o “filme” preocupa.
“O consumo das famílias segue muito forte, mesmo com juros altos. Isso pressiona a inflação e atrapalha o cumprimento da meta econômica”, explica.
Fundamental para o desenvolvimento econômico
O agronegócio é fundamental para a economia brasileira, sendo um dos principais fomentos do crescimento nacional e impactando diretamente considerável parte do Produto Interno Bruto (PIB). Além disso, contribui significativamente para a geração de empregos e exportações, e ainda, é uma das principais forças que alavancam a balança comercial brasileira.
Por: Daniela Castelo Branco
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