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Aliados defendem que Bolsonaro e Eduardo façam apelo público a Trump contra tarifaço

Objetivo é conter desgaste com empresariado e tentar reverter taxa de 50% sobre produtos brasileiros.

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) têm defendido que ambos façam um apelo público ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedindo que ele reconsidere a tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras anunciada na última quarta-feira (9).

A proposta, revelada por uma liderança da oposição com trânsito direto na família Bolsonaro, é que pai e filho gravem uma mensagem conjunta: agradeceriam “profundamente” a Trump pelo apoio manifestado diante do julgamento do ex-presidente no STF, mas pediriam que os produtos brasileiros não sejam penalizados pela nova política tarifária.

Nos bastidores, a movimentação é vista como uma tentativa de reduzir o desgaste político com o empresariado, especialmente nos setores do agronegócio e da indústria, diretamente afetados pelas novas taxas. Além disso, a ação poderia reposicionar Bolsonaro e Eduardo como figuras que atuam em prol do interesse nacional e não apenas envolvidas em disputas ideológicas.

A carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que anunciou as novas tarifas, contém críticas diretas ao Supremo Tribunal Federal e à condução do julgamento de Bolsonaro. O republicano fala em “caça às bruxas” e acusa o Brasil de promover “ataques insidiosos às eleições livres”, em referência à inelegibilidade do ex-presidente e ao processo da trama golpista em andamento no STF.

Apesar disso, interlocutores políticos avaliam que o silêncio de Bolsonaro diante do impacto econômico da medida pode gerar custo político alto. A estratégia agora seria usar a relação pessoal com Trump como trunfo diplomático, para tentar reverter a decisão e, de quebra, amenizar as críticas de que o tarifaço teria sido provocado pela atuação de Eduardo nos EUA contra o STF.

A proposta está em discussão entre aliados próximos e, segundo apuração da CNN, ainda não há consenso interno sobre a conveniência do gesto. Mas o cenário de pressão cresce, impulsionado por temores de perda de apoio econômico e político à direita em pleno ano pré-eleitoral.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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