Comentarista afirma que ex-presidente pode falar livremente, desde que não incentive atos ilegais.
Em participação no programa O Grande Debate, da CNN, nesta quinta-feira (24), o comentarista Eduardo Cardozo em uma análise da decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre as restrições impostas a Jair Bolsonaro (PL), ressaltou que a atitude do ministro é “claríssima”. Cardozo explicou que o ex-presidente tem liberdade de expressão garantida, mas não pode incitar atos ilícitos.
“Ele [Moraes] deixa absolutamente claro que Jair Bolsonaro pode dar entrevista, que pode falar o que quiser, menos situações de provocação de atos ilícitos, dentre os quais incentivar a população a pressionar o Supremo Tribunal Federal”, afirmou.
A fala ocorre após Bolsonaro dizer que ainda não sabe exatamente o que está autorizado a dizer em público, em razão das medidas cautelares determinadas por Moraes, que incluem uso de tornozeleira eletrônica, restrição de horários para sair de casa e proibição de contato com outros investigados, como o filho Eduardo Bolsonaro.
Cardozo rebateu a alegação de dúvida do ex-presidente:
“Ele pode dizer que se acha injustiçado? Claro que pode. Pode dizer que certa prova não corresponde à verdade? Pode. O que não pode é dizer, por exemplo, ‘Trump, eu amo você, você está certo’, porque isso tem conotação política que pode estar vinculada a atos ilegais”, explicou.
Para o comentarista, a estratégia de Bolsonaro é retórica e orientada por sua defesa. “Se os advogados realmente têm dúvida, existe o recurso chamado embargo de declaração. Tudo se esclarece com isso”, concluiu.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/CNN