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Após embate com o governo, Motta e Alcolumbre desistem de participar de audiência no STF

Chefes do Congresso decidiram não comparecer a debate sobre emendas parlamentares e enviarão representantes jurídicos

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), cancelaram a presença na audiência pública convocada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para esta sexta-feira (27), que discutirá a obrigatoriedade da execução de emendas parlamentares impositivas.

Decisão busca evitar clima político após derrota sobre o IOF

Até a véspera do encontro, ambos os parlamentares mantinham a intenção de comparecer pessoalmente. No entanto, aliados afirmam que a decisão de enviar advogados em nome das duas Casas visa dar um tom mais técnico à discussão e evitar o acirramento político, especialmente após o Congresso ter derrubado o aumento do IOF, medida proposta pelo governo.

A avaliação nos bastidores é de que o momento não é favorável para tensionar ainda mais a relação com o Planalto. A distribuição de emendas foi um dos pontos sensíveis durante a negociação sobre o imposto, e há insatisfação no Legislativo com a imagem de “chantagem” atribuída ao Parlamento por parte de integrantes do Executivo.

Insatisfação com decisões do STF também pesa

Um dos motivos para a presença dos presidentes inicialmente ser cogitada era justamente levar ao Supremo o descontentamento de parlamentares com decisões recentes do ministro Flávio Dino, relator das ações que tratam do tema. No dia 10 de junho, Dino solicitou explicações da Câmara e do Senado sobre repasses de emendas ao Ministério da Saúde e apontou indícios de um possível novo “orçamento secreto”, com execução paralela dos recursos.

Audiência discute transparência nas emendas

A audiência pública foi convocada por Dino para reunir argumentos técnicos sobre as emendas impositivas; aquelas que o governo é obrigado a executar. O debate ocorre no âmbito de três Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) que tramitam na Corte e terá a participação de especialistas, representantes de órgãos públicos, ministérios, do TCU, do Fórum de Governadores, da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP) e da Confederação Nacional de Municípios (CNM).

Um dos focos do debate será a transparência e a rastreabilidade na liberação das chamadas “emendas Pix” e das emendas de comissão, mecanismos que preocupam o STF por sua baixa fiscalização e alto potencial de uso político.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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