Entre as vítimas, uma criança de apenas um ano e meio perdeu a vida em Kharkiv, alvo de ofensiva intensa.
A dor da guerra mais uma vez se faz sentir na Ucrânia. Em apenas 24 horas, nove pessoas foram mortas em ataques russos, entre elas três crianças; incluindo uma menina de apenas um ano e meio. O cenário mais devastador foi registrado em Kharkiv, a segunda maior cidade do país, onde um prédio residencial foi atingido, deixando ao menos sete mortos e mais de 20 feridos.
O chefe da administração militar da região, Oleh Syniehubov, relatou que o impacto da ofensiva provocou um incêndio e o desabamento do edifício. “Entre as vítimas estão uma menina de um ano e meio e um garoto de 16 anos”, escreveu no Telegram. Pelo menos cinco pessoas seguem desaparecidas.
Diante da tragédia, a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, reagiu com dureza: “Os russos só continuam a cometer assassinatos em massa. Esta guerra nunca foi provocada; ela só continua porque Moscou tem permissão para continuar”, escreveu em uma publicação nas redes sociais.
Os ataques não se limitaram a Kharkiv. Em Zaporizhzhia, uma bomba atingiu uma casa na vila de Novoyakovlivka, matando um adolescente de 15 anos e ferindo seus pais e irmãos. Já em Donetsk, outras três pessoas perderam a vida em novos bombardeios. Na cidade portuária de Odessa, bombeiros tentavam conter um grande incêndio em uma instalação de combustível e energia, após o que autoridades chamaram de um “ataque massivo de drones”.
Enquanto as bombas caem, os esforços diplomáticos seguem paralisados. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressiona por um acordo de paz imediato, mas o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirma que não haverá negociação enquanto Moscou mantiver os bombardeios. “A Rússia precisa parar com a matança para que a diplomacia avance”, reforçou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha.
A guerra que não cessa
Desde fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou sua invasão em larga escala, o país comandado por Vladimir Putin mantém cerca de um quinto do território ucraniano sob ocupação. Moscou anexou formalmente quatro regiões: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, e avança lentamente pelo leste, sem dar sinais de recuo.
De um lado, Kiev intensifica ataques dentro do território russo, mirando infraestrutura militar. Do outro, Moscou amplia o uso de drones e ofensivas aéreas. Ambos os governos negam atacar civis, mas o número de mortos já chega a milhares; a grande maioria, ucranianos.
Segundo estimativas americanas, mais de 1,2 milhão de pessoas já foram mortas ou ficaram feridas ao longo do conflito. Um número que traduz não apenas a violência da guerra, mas a dimensão da tragédia humana que se prolonga sem perspectiva de fim.
Texto: Daniela Castelo Branco
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