Governo ainda não finalizou medidas para enfrentar sobretaxa de 50% dos EUA e teme impactos econômicos e políticos.
A demora na apresentação do plano de contingência para enfrentar a sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros tem gerado irritação no Palácio do Planalto. A expectativa era que as medidas fossem anunciadas na segunda-feira (11), mas o Ministério da Fazenda ainda não concluiu o levantamento das empresas que serão diretamente prejudicadas, e isso está atrasando todo o processo.
Segundo apuração da analista política Larissa Rodrigues, no Live CNN, existe a preocupação de que companhias não afetadas pela medida tentem se beneficiar indevidamente das futuras linhas de crédito e da recuperação de impostos, o que poderia pressionar ainda mais as contas públicas.
Temor por empregos e competitividade
O impacto econômico é uma das maiores preocupações do governo. Com a nova taxa, produtos brasileiros correm o risco de perder espaço no mercado norte-americano, exigindo que o país busque novos destinos para suas exportações e crie mecanismos de auxílio às empresas atingidas.
A manutenção dos empregos é considerada ponto crucial. O Planalto teme que a sobretaxa provoque demissões em larga escala, afetando diretamente índices de emprego que, até agora, vinham sendo comemorados como sinal de recuperação econômica.
Reuniões e expectativa
O assunto foi pauta de uma reunião de cerca de duas horas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, e outros integrantes do alto escalão do governo. Apesar da urgência, fontes afirmam que as medidas só devem ser apresentadas ao longo da semana.
Texto: Daniela Castelo Branco
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