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Base do governo admite CPMI do INSS e se mobiliza para controlar relatoria

Aliados de Lula querem evitar protagonismo da oposição e pretendem disputar os cargos-chave da comissão.

A base do governo no Congresso mudou de postura e passou a admitir, abertamente, a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS. Mais do que isso: parlamentares governistas já sinalizam apoio formal ao requerimento que pede a instalação do colegiado para investigar as fraudes que atingiram aposentados e pensionistas em todo o país.

A nova estratégia tem um objetivo claro: disputar os cargos de maior poder dentro da comissão: a presidência e, principalmente, a relatoria. Senadores do PT destacam que, pela proporcionalidade e correlação de forças, esses espaços deveriam ser ocupados por nomes da base.

Entre os cotados para a relatoria está a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), vista como um nome de perfil técnico e equilibrado. Ela integra o PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, e foi uma das seis parlamentares da sigla que assinaram o pedido de abertura da CPMI, originalmente articulado por partidos da oposição.

Do outro lado, o campo bolsonarista tenta garantir a presidência para a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), que atuou ao lado da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) na coleta de assinaturas e protocolo do pedido.

Governo tenta virar o jogo

A guinada do Planalto ficou evidente durante o depoimento do ministro da Previdência, Wolney Queiroz (PDT-PE), nesta quinta-feira (15), na Comissão de Transparência do Senado. Na ocasião, os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE), líderes do governo e do PT, indicaram que a base deve endossar oficialmente a criação da CPMI. O próprio ministro defendeu a instalação da comissão.

Agora, a expectativa é que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), leia o requerimento de criação da CPMI em sessão do Congresso Nacional prevista para o dia 27 de maio. A partir daí, a comissão mista, com deputados e senadores, pode ser oficialmente formada.

Batalha de narrativas

A CPMI promete ser mais um palco para o embate entre governo e oposição. De um lado, petistas pretendem usar o espaço para responsabilizar a gestão Bolsonaro pelas fraudes, que, segundo apontamentos iniciais, teriam começado ainda em 2019. De outro, bolsonaristas apostam em desgastar o governo Lula, acusando-o de omissão diante da atuação de associações que aplicaram descontos irregulares nos benefícios de aposentados.

Enquanto isso, a pressão pública aumenta. Em apenas dois dias, mais de um milhão de pedidos de ressarcimento foram registrados no INSS por beneficiários lesados; uma dimensão que revela o tamanho do escândalo e o impacto direto na vida de milhares de brasileiros.

Por: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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