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Bolsonaro pede anulação de delação de Mauro Cid após suposta troca de mensagens

Ex-presidente critica relatório de Veja e pede que delação de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, seja invalidada após acusação de mentiras no STF.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu, nesta sexta-feira (13), por meio de uma postagem nas redes sociais, que a delação do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, seja anulada. O pedido ocorre após a divulgação, pela revista Veja, de uma suposta troca de mensagens entre Cid e alguém do círculo íntimo de Bolsonaro, indicando que o militar teria mentido ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante seu depoimento na última segunda-feira (9).

A suposta mentira de Mauro Cid

De acordo com a reportagem da Veja, Cid violou uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, que o havia proibido de se comunicar durante a investigação. No interrogatório realizado no início da semana, o tenente-coronel afirmou que não utilizou mídias sociais enquanto estava sob medidas restritivas, mas, segundo a publicação, capturas de tela mostrariam uma troca de mensagens entre Cid; usando um perfil fictício denominado “Gabriela R” e um interlocutor próximo de Bolsonaro. O conteúdo das mensagens sugeriria que Cid teria dado uma versão distinta daquela apresentada no acordo de colaboração premiada.

A reportagem da revista indica que o militar estaria jogando um “jogo duplo” ao relatar para seus contatos uma versão diferente das declarações que deu ao STF, o que geraria um conflito direto com seu depoimento oficial.

Reação de Bolsonaro

Em sua postagem no X (anteriormente Twitter), Bolsonaro não poupou críticas e pediu a anulação imediata da delação de Cid. Ele também fez um apelo pela libertação de outros envolvidos no caso, como o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, e outros membros da sua antiga equipe, que são citados no processo. O ex-presidente classificou o processo como uma “ação política disfarçada de ação penal”, que estaria sendo movida por “vingança” contra ele.

“Essa delação deve ser anulada. Braga Netto e os demais devem ser libertos imediatamente. E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país”, escreveu Bolsonaro, reiterando a ideia de que a “trama golpista” mencionada em investigações sobre os atos de 8 de janeiro é uma “farsa fabricada em cima de mentiras”.

Defesa de Mauro Cid rejeita acusações

Em entrevista à CNN, a defesa de Mauro Cid refutou as alegações de que o militar teria mentido durante seu depoimento ou violado qualquer ordem judicial. Os advogados de Cid classificaram as capturas de tela divulgadas pela Veja como uma montagem, drestacando que as mensagens não condizem com a maneira de escrever do ex-ajudante de ordens e, além disso, as capturas não identificam datas ou horários. Para a defesa, as mensagens são inconsistentes e não têm validade como prova.

Cenário de tensões

A situação segue tensa, com ambos os lados apresentando versões conflitantes sobre os fatos. A solicitação de Bolsonaro para a anulação da delação de Cid adiciona mais complexidade a um caso já marcado por disputas políticas e judiciais acirradas. A resposta do STF, que conduz a investigação, e dos advogados de Cid, será determinante para os próximos passos do processo.

O desenrolar deste caso continua a ser acompanhado de perto, especialmente em um momento de intensa polarização política no Brasil.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação/CNN

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