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Bolsonaro segue os passos de Lula e prepara defesa em cortes internacionais

Ex-presidente aposta em petição a organismos da ONU e da OEA para questionar julgamento no STF.

Às vésperas de um dos julgamentos mais importantes de sua vida política, Jair Bolsonaro (PL) já projeta a próxima trincheira onde pretende lutar: as cortes internacionais. Com a possibilidade concreta de condenação no Supremo Tribunal Federal (STF), sua equipe jurídica corre contra o tempo para montar uma estratégia que ecoe além das fronteiras do Brasil.

A estratégia internacional da defesa

Segundo aliados, os advogados do ex-presidente vêm reunindo elementos que, na visão da defesa, mostram violações de garantias fundamentais: prazos distintos entre acusação e defesa, suposto cerceamento do contraditório e até fragilidades na delação de Mauro Cid: o ex-ajudante de ordens que já revisou suas declarações mais de uma vez. Esses pontos devem compor uma petição que será enviada ao Comitê Interamericano de Direitos Humanos, nos Estados Unidos, ou ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, na Suíça.

A iniciativa não deve alterar o resultado imediato no STF, mas busca construir um discurso de que Bolsonaro estaria sendo vítima de um julgamento injusto. O processo internacional, no entanto, é longo. O exemplo mais próximo é o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que em 2022 conseguiu um parecer favorável do Comitê da ONU. O colegiado concluiu que houve parcialidade em seu julgamento e violação de direitos políticos, sem entrar no mérito das acusações.

A escolha de Bolsonaro revela o peso do momento: mais do que defender-se juridicamente, ele tenta escrever uma narrativa que ultrapasse os muros do Supremo e alcance a arena global. Em um Brasil ainda marcado pelas feridas do 8 de janeiro, a disputa não é apenas por liberdade ou condenação, é por memória, legado e a forma como a história guardará o seu nome.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação/Agência Brasil

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