Itamaraty orienta evitar regiões em conflito e explica como agir em situações de risco; especialistas reforçam importância do planejamento.
Com a escalada das tensões no Oriente Médio; especialmente entre Israel e Irã, o Ministério das Relações Exteriores voltou a alertar brasileiros sobre os riscos de viajar para países em conflito, como Jordânia, Iraque, Irã, Líbano, Palestina e Síria. Mas, e se o viajante já estiver nesses locais? Quais medidas tomar diante de um cenário de guerra?
A recomendação número um, segundo o advogado Emanuel Pessoa, especialista em direito internacional, é procurar imediatamente a Embaixada ou o Consulado brasileiro mais próximo. “O governo tem atuado para retirar civis de zonas de conflito, muitas vezes em parceria com outros países”, explica.
Pessoa destaca que o Brasil mantém relações diplomáticas com a maioria dos países citados, sendo possível verificar no site oficial do Ministério das Relações Exteriores onde estão localizadas as representações diplomáticas. “De modo geral, o Brasil é bem-visto no cenário internacional, o que facilita esse tipo de cooperação”, acrescenta.
Monitoramento e segurança
O Ministério das Relações Exteriores reforça que publica alertas atualizados no Portal Consular, com informações sobre os destinos mais arriscados. Em caso de emergência, o órgão orienta que o cidadão entre em contato com o plantão consular da região.
Entre as recomendações para quem está em áreas de conflito, destacam-se:
- Seguir os canais oficiais das embaixadas brasileiras na região;
- Cumprir as orientações das autoridades locais;
- Evitar aglomerações e protestos;
- Monitorar a imprensa local com frequência;
- Evitar sair do local de hospedagem sem garantias mínimas de segurança;
- Procurar a companhia aérea caso o voo tenha sido cancelado;
- Manter os documentos em dia e com validade mínima de seis meses.
Planejamento é essencial
Para Ana Carolina Medeiros, presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens), momentos como esse mostram a importância de viajar com responsabilidade e planejamento. Segundo ela, viajar com o suporte de uma agência especializada pode fazer toda a diferença em situações inesperadas.
“O agente de viagens é um parceiro estratégico que dá segurança e agilidade em qualquer imprevisto. Ele acompanha o cenário global e está preparado para orientar o cliente mesmo à distância”, afirma.
O advogado Emanuel Pessoa também reforça a necessidade de se informar antes de viajar. Ele relembra o caso de prefeitos brasileiros que estavam em Israel no início do conflito com o Irã e precisaram buscar abrigo em bunkers. “Se não estivessem em uma viagem organizada, poderiam ter enfrentado dificuldades para saber onde se proteger”, comenta.
E se o voo for cancelado?
Após o aumento da tensão militar na região, países como o Catar suspenderam temporariamente o tráfego aéreo, por precaução. Isso impactou diversos voos com destino ou escala no Oriente Médio.
De acordo com Pessoa, a responsabilidade por atraso ou cancelamento é da companhia aérea ou da agência de viagens contratada. “O passageiro tem direito à remarcação da passagem ou ao reembolso integral. Mesmo que a companhia ofereça uma rota alternativa, o consumidor não é obrigado a aceitá-la”, ressalta.
Em tempos de instabilidade internacional, informação, apoio institucional e planejamento são as maiores ferramentas para a segurança dos brasileiros no exterior.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação