Noite de terror deixa novas vítimas, amplia destruição e acende alerta mundial para uma possível escalada ainda maior
Uma nova madrugada de medo e destruição marcou o quarto dia do conflito entre Israel e Irã, que avança com rapidez e deixa um saldo cada vez mais pesado de vítimas. Durante a noite de domingo (15) e a madrugada desta segunda-feira (16), o Irã lançou uma nova onda de mísseis contra cidades israelenses, atingindo áreas densamente povoadas como Tel Aviv, Jerusalém e Haifa.
As sirenes de emergência soaram em várias regiões do país, enquanto as defesas aéreas de Israel tentavam conter a ofensiva. Mesmo com a resposta militar, diversos projéteis conseguiram atingir o solo. Edifícios residenciais foram alvos diretos, além de áreas de infraestrutura crítica. Em Haifa, explosões aconteceram nas proximidades de uma refinaria de petróleo, provocando incêndios e danos severos à rede elétrica.
Com o amanhecer, o cenário nas ruas de cidades como Tel Aviv era de devastação: ruas cobertas de destroços, vitrines estilhaçadas, carros destruídos e moradores abalados. Pessoas choravam e se abraçavam nas calçadas, enquanto as equipes de resgate seguiam vasculhando os escombros em busca de sobreviventes.
Segundo o governo israelense, ao menos oito pessoas morreram apenas nos ataques da última noite, elevando para 24 o número total de vítimas fatais em Israel desde o início das hostilidades, na última sexta-feira (13). As mortes mais recentes ocorreram nas cidades de Haifa, Bnei Brak e Petah Tikva.
Do outro lado da fronteira, o Irã também contabiliza um alto número de mortos. Segundo o Ministério da Saúde iraniano, pelo menos 224 pessoas perderam a vida e outras 1.277 estão hospitalizadas, a maioria civis. Longas filas de veículos foram registradas nos postos de gasolina de Teerã, com moradores em pânico tentando deixar a capital.
A resposta de Israel veio com ainda mais força. Durante o domingo, a Força Aérea israelense intensificou bombardeios em território iraniano, atingindo centros de comando da Força Quds – unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã – e locais de lançamento de mísseis. Um dos ataques resultou na morte do chefe de inteligência da Guarda Revolucionária, aumentando ainda mais a tensão.
A escalada de violência já preocupa a comunidade internacional. Líderes de diferentes países pedem o fim imediato dos ataques e alertam para o risco de um conflito de proporções ainda maiores.
Um episódio que também chamou atenção foi a revelação de que, segundo fontes da CNN, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria rejeitado um plano israelense para assassinar o Líder Supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei. Netanyahu, atual primeiro-ministro israelense, negou veementemente que o governo tenha cogitado tal ação. Já Trump, em entrevista recente, afirmou desejar um acordo de paz entre os dois países, mas ressaltou: “às vezes eles têm que lutar”.
Enquanto isso, as populações de ambos os lados seguem vivendo dias de incerteza e medo. Tanto Israel quanto o Irã já emitiram alertas pedindo que civis se afastem de áreas próximas a instalações militares, aumentando o clima de tensão.
Além do drama humanitário, o conflito também tem impactado a economia global. O preço do petróleo segue em alta, acumulando um aumento de 7% apenas na última semana, o que reforça os temores de uma crise ainda maior no abastecimento mundial de energia.
O mundo observa, apreensivo, o desenrolar de uma crise que parece longe de terminar.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divu.lgação/CNN