Senado e Câmara querem negociar com parlamentares norte-americanos antes que taxa de 50% entre em vigor em agosto.
Diante da crescente tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos, o Congresso Nacional está se mobilizando para tentar conter os impactos do “tarifaço” de 50% anunciado pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. Senadores e deputados preparam viagens aos EUA com o objetivo de dialogar com congressistas americanos e buscar alternativas diplomáticas antes que a medida comece a valer, em 1º de agosto.
No Senado, a articulação é mais avançada. A Comissão de Relações Exteriores planeja uma missão oficial a Washington, prevista para setembro, conforme sugestão de Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil. A proposta é abrir espaço para negociações diretas com parlamentares norte-americanos e tentar suavizar ou postergar os efeitos da medida.
Já na Câmara dos Deputados, o deputado Ronaldo Nogueira (Republicanos-RS), ex-ministro do Trabalho, protocolou o pedido de criação de uma comissão externa com oito parlamentares para atuar junto ao governo Trump e ao Congresso dos EUA. O grupo pretende representar os interesses comerciais brasileiros e reforçar a necessidade de manter o diálogo institucional entre os países.
“O Brasil precisa de uma política externa madura, centrada em princípios e não em polarizações. O episódio da taxação americana contra produtos brasileiros, mesmo diante de uma suposta amizade, mostra que, sem diálogo e pragmatismo, o país fica vulnerável”, declarou o deputado.
A mobilização ocorre em meio a uma crise diplomática que envolve também decisões do STF e pressões sobre big techs americanas, que teriam influenciado a medida anunciada por Trump. Enquanto isso, o governo federal segue trabalhando com três frentes: negociação direta com os EUA, busca de novos mercados para os produtos afetados e apoio técnico e comercial aos setores atingidos.
Texto: Daniela Castelo Branco
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