Americano com alma latino-americana sucede Francisco e se torna o primeiro papa vindo dos EUA; um missionário de coração e agora líder de mais de 1,3 bilhão de católicos.
A fumaça branca voltou a subir da Capela Sistina nesta quinta-feira (8), por volta das 13h07 (horário de Brasília), anunciando ao mundo que a Igreja Católica tem um novo líder. O escolhido foi o cardeal americano Robert Prevost, que adotou o nome de papa Leão XIV, entrando para a história como o primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos.
A escolha marca um novo capítulo para a Igreja, que agora terá à frente um homem com forte ligação à América Latina. Prevost, de 69 anos, viveu por quase uma década como missionário no Peru, onde foi bispo da diocese de Chiclayo e recebeu a cidadania peruana em 2015.
A experiência transformadora na periferia do mundo católico o moldou como um pastor próximo do povo, algo que, sem dúvida, pesou em sua eleição.
Antes de sua chegada à sacada com vista para a Praça de São Pedro, o novo papa passou pela chamada “Sala das Lágrimas”; espaço simbólico onde os recém-eleitos têm um momento íntimo para refletir sobre o peso espiritual da missão que assumem. De lá, vestiu-se com os trajes pontifícios e surgiu diante de milhares de fiéis para dar sua primeira bênção como sucessor de Francisco.
Prevost já havia afirmado ao Vatican News, em entrevista antes do conclave, que nunca deixou de se ver como missionário. “Minha vocação, como a de todo cristão, é ser missionário, proclamar o Evangelho onde quer que se esteja”, disse ele; frase que, agora, ressoa com novo peso e dimensão.
A escolha do nome Leão XIV é carregada de significado. Evoca uma linhagem de papas que marcaram a história com firmeza doutrinária e reformas. O último Leão — o XIII — foi conhecido por sua encíclica Rerum Novarum, marco do pensamento social da Igreja. Resta saber quais serão os ventos que o novo Leão trará a Roma e ao mundo.
A missão começa e com ela, renascem as esperanças de uma Igreja que continua em movimento, fiel às raízes, mas atenta aos clamores do tempo presente.
Por: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/CNN
