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Demora na formalização da federação entre União e PP gera desconfiança na direita

Negociação travada acende sinal de alerta; partidos evitam cravar data e trabalham na construção do estatuto.

Um mês após o anúncio, a federação entre União Brasil e Progressistas (PP) segue sem registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a demora começa a gerar ruídos, incertezas e até desconfiança dentro da própria direita.

Nos bastidores, lideranças de partidos do campo conservador dizem, em tom de cautela, que só vão acreditar de fato na federação quando o pedido formal for apresentado à Justiça Eleitoral ou, mais ainda, apenas quando houver uma decisão favorável do TSE.

Quando e caso for concretizada, a federação que deve se chamar União Brasileira Progressista, formará a maior bancada do Congresso Nacional. O movimento chegou a animar outras siglas, como Republicanos e MDB, que também abriram conversas para uma possível federação de direita. Mas, por enquanto, essas tratativas seguem em ritmo lento.

 O que trava o processo?

A lentidão não é por acaso. Segundo fontes ligadas aos partidos, um dos principais entraves está dentro do próprio União Brasil, onde uma ala resiste à ideia de federar. O motivo? Preocupações com o impacto da federação nas eleições de 2026, já que, pela regra, os partidos federados precisam atuar como uma única legenda em decisões como lançamento de candidaturas e formação de chapas.

Há também quem avalie, de forma reservada, que o cenário jurídico, especialmente o andamento do julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros nomes da direita, pesa na tomada de decisão. Para alguns, enquanto o quadro jurídico não se define, fechar um casamento político de longo prazo parece arriscado.

 E agora?

Procurados, dirigentes tanto do União Brasil quanto do PP foram cautelosos. Disseram que não pretendem estabelecer prazos para a formalização da federação, mas garantem que o trabalho segue nos bastidores, com a elaboração do estatuto que vai reger a nova entidade.

Por ora, o clima entre aliados é de espera e de observação. Afinal, na política, quem apressa demais o passo pode acabar tropeçando.

Por: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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