Ministro da Fazenda participa de roda de conversa com juristas e investidores aliados do governo, enquanto enfrenta pressão e críticas sobre tributação.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenta reforçar pontes com setores aliados em meio ao desgaste gerado pela polêmica envolvendo o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Sob pressão de críticas tanto do mercado quanto de parte da base governista, Haddad confirmou participação em uma roda de conversa promovida pelo grupo Prerrogativas, formado por advogados e investidores alinhados com o governo.
O encontro, inicialmente previsto para o início de junho, foi adiado, mas agora tem nova data: 13 de junho, em São Paulo. Segundo os organizadores, o evento se mantém como espaço de defesa pública do ministro e de fortalecimento de sua imagem como gestor da economia e, consequentemente, de suas possibilidades no debate eleitoral de 2026.
A mediação será feita pelo presidente do grupo, Marco Aurélio de Carvalho, e pelos advogados Rodrigo Monteiro de Castro e Guilherme Setogui. O Prerrogativas tem sido uma espécie de “ministério paralelo”, onde ministros do governo participam de encontros temáticos com juristas, investidores e representantes da sociedade civil. Já passaram por lá nomes como Ricardo Lewandowski, da Justiça, e Margareth Menezes, da Cultura.
O momento não é dos mais confortáveis para Haddad. Ele enfrenta resistência crescente no Congresso, especialmente após o desgaste com a proposta de manutenção da alíquota de IOF em transações internacionais. A medida gerou reações tanto do setor econômico quanto de movimentos sociais, que veem na taxação um peso adicional sobre a classe média e trabalhadores que contratam serviços no exterior.
A presença do ministro no evento é vista como uma tentativa de se reconectar com a base progressista, sinalizar disposição para o diálogo e, ao mesmo tempo, reforçar sua posição dentro do governo, que sofre pressões cruzadas entre a necessidade de ajuste fiscal e a cobrança por medidas mais populares.
O encontro será mais uma oportunidade para Haddad defender sua estratégia econômica, enfrentar as críticas e, quem sabe, começar a desenhar os próximos passos de sua trajetória política.
Por: Daniela Castelo Branco
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