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Economia: BP faz maior descoberta de petróleo em 25 anos no Brasil, e café fecha safra com receita recorde antes de tarifaço

Gigante britânica mira pré-sal e exportações de café batem US$ 14,7 bi, mas setor teme impacto de novas taxações.

O Brasil amanheceu nesta segunda-feira (4) com duas notícias marcantes para sua economia: de um lado, a gigante britânica BP anunciou a maior descoberta de petróleo e gás dos últimos 25 anos na costa brasileira; de outro, o café nacional encerrou a safra 2024/2025 com a maior receita de exportação da história, às vésperas de enfrentar um possível tarifaço que preocupa o setor.

Maior achado de petróleo da BP em décadas

A descoberta foi feita na Bacia de Santos, em águas profundas do pré-sal, no bloco Bumerangue, 100% operado pela BP, com gestão da PPSA (Pré-Sal Petróleo SA). O achado marca a décima descoberta global da companhia neste ano, após Trinidad, Egito e outros pontos estratégicos.

A petrolífera britânica, que recentemente redirecionou seu foco para combustíveis fósseis após tentativas frustradas de expansão em renováveis, planeja ampliar sua produção global para até 2,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia até 2030. A produção em 2024 foi de 2,4 milhões de barris, mas a empresa projeta redução em 2025.

Os primeiros testes no local indicam altos níveis de dióxido de carbono, e análises laboratoriais devem detalhar o potencial do bloco. A expectativa é que a região se transforme em um novo polo estratégico de exploração no país. O anúncio impulsionou as ações da BP em Londres, que subiram 1,4% no início do pregão.

Café brasileiro quebra recorde histórico

Enquanto o petróleo projeta o futuro, o café brasileiro celebra o presente. Segundo dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), o país arrecadou US$ 14,728 bilhões com exportações na safra 2024/2025, 49,5% acima do recorde anterior, mesmo com queda de 3,9% no volume exportado.

Foram embarcadas 45,58 milhões de sacas de 60 kg para 115 países. A União Europeia absorveu mais da metade das exportações, com destaque para Alemanha e Itália, enquanto os EUA lideraram isoladamente, com 7,46 milhões de sacas.

O preço médio por saca saltou para US$ 323,05, impulsionado pela queda de produção em países concorrentes como Vietnã, Colômbia e Indonésia, afetados por extremos climáticos nos últimos cinco anos. Cafés diferenciados, com certificação de qualidade ou sustentabilidade, cresceram 63,2%, gerando US$ 3,29 bilhões.

Apesar da euforia com o recorde, o setor está apreensivo. O tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros em alguns mercados, anunciado pelos Estados Unidos, pode atingir o café verde, prejudicando a competitividade e afetando diretamente a balança comercial do setor.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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