Pontífice se declara descendente de deslocados e cobra mais compaixão, paz e fim da indústria armamentista.
Em seu primeiro discurso oficial a diplomatas de todo o mundo, nesta sexta-feira (16), no Vaticano, o papa Leão XIV fez um apelo enfático em defesa dos migrantes e deslocados. O pontífice destacou a necessidade de respeito à dignidade humana e pediu que os países adotem posturas mais solidárias e compassivas diante do sofrimento dessas populações.
“Sou descendente de migrantes”, disse Leão XIV, num gesto pessoal que emocionou parte da plateia presente. Ao compartilhar sua origem, o Papa quis reforçar a proximidade com aqueles que, por guerras, perseguições ou pobreza, são forçados a deixar suas terras em busca de esperança.
O líder da Igreja Católica também usou o momento para fazer um apelo pela paz: pediu a suspensão da produção de armas e o redirecionamento de esforços globais para iniciativas que promovam o diálogo, a reconciliação e a segurança verdadeira — não baseada em poderio militar, mas na justiça e na dignidade humana.
Família e valores
Em outro trecho do discurso, Leão XIV reafirmou a posição tradicional da Igreja sobre o matrimônio. Segundo ele, o casamento é uma “união estável entre um homem e uma mulher” e constitui um alicerce importante para a estabilidade e harmonia social. O Papa destacou a família como “núcleo vital” para a formação de valores e a promoção da paz duradoura.
O pronunciamento foi acompanhado com atenção por representantes de diversos países e é visto como um primeiro esboço daquilo que será a marca do pontificado de Leão XIV: o diálogo com o mundo contemporâneo sem abrir mão dos fundamentos da fé cristã.
Por: Daniela Castelo Branco
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