Bloco que tentava viabilizar candidatura alternativa denuncia falta de voz dos clubes no processo eleitoral da entidade.
Vinte clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro anunciaram que não participarão da eleição para presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcada para este domingo (25). O movimento, considerado histórico, evidencia o desconforto de boa parte dos clubes com o atual modelo eleitoral da entidade.
Assinam o manifesto de ausência: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, Santos, São Paulo e Sport.
O grupo apoiava a candidatura de Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), que acabou retirada da disputa por não conseguir o número mínimo de apoio entre as federações estaduais que, no sistema atual, detêm maioria esmagadora no colégio eleitoral da CBF.
“Setenta e cinco por cento dos clubes manifestaram um desejo legítimo, que sequer pôde ser levado à votação. O modelo eleitoral não permite que a vontade dos clubes prevaleça”, criticou Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, um dos líderes do movimento.
Por outro lado, Palmeiras, Botafogo e Vasco romperam com o bloco e decidiram apoiar Samir Xaud, candidato único, que chega à eleição com o respaldo de 25 das 27 federações. Mesmo com apoio formal de apenas dez clubes, a vitória de Xaud está garantida, já que o peso dos votos das federações é suficiente para definir o resultado.
“A unidade dos clubes é fundamental para que sejamos reconhecidos como reais protagonistas do futebol brasileiro”, afirmou Alexandre Barcellos, presidente do Internacional, reforçando que o debate não se encerra com a eleição.
A votação está marcada para as 10h30 (horário de Brasília) e deve se confirmar como mera formalidade, já que o resultado está matematicamente definido. O boicote, no entanto, acende um alerta sobre os rumos da governança do futebol nacional.
Veja a nota na íntegra
“O futuro do futebol brasileiro precisa ser pautado pela democracia, transparência e representatividade.
Neste domingo, haverá eleição para o próximo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas não compareceremos à votação por discordarmos do processo vigente.
Estaremos prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor.
SEM CLUBE NÃO TEM FUTEBOL”
Por: Daniela Castelo Branco
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