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Esquerda reage a ato de Bolsonaro com ironia e críticas: “Desespero”, “flop” e “delírio”

Parlamentares minimizam mobilização na Paulista e dizem que ex-presidente teme prisão com avanço de julgamento no STF

Lideranças da esquerda brasileira reagiram com críticas contundentes ao ato liderado por Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (29), na avenida Paulista. Deputados do PT, PSOL e integrantes do governo federal classificaram a mobilização como “flopada”, delirante e desconectada das pautas reais da população.

“O ex-presidente entra agora na fase do desespero. Um último ato completamente flopado na Paulista, vaiado por skatistas, por uma juventude que não aguenta mais”, disse o deputado Rogério Correia (PT-MG), em entrevista à CNN.

Para os parlamentares de oposição, a manifestação teve como único objetivo reforçar a narrativa de perseguição política diante da iminência do julgamento de Bolsonaro e aliados no Supremo Tribunal Federal (STF); processo que trata da suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

“Bolsonaro está alucinado. O medo da prisão está mexendo com a cabeça dele. Sempre trabalhou com mentira. Agora passou para o estágio delirante. Vai ter tempo de desenvolver seus delírios na cadeia”, ironizou o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Críticas ao discurso e à pauta

Durante o ato: batizado de “Liberdade Já!”, Bolsonaro voltou a defender anistia para os condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 e repetiu a tese de que os vândalos seriam “infiltrados da esquerda”. A narrativa, porém, foi rebatida com ceticismo por parlamentares da oposição:

“Assim como na CPMI do 8 de janeiro, eles insistem em dizer que quem quebrou tudo foram militantes da esquerda. Mas ninguém conseguiu apresentar uma única prova ou testemunho sobre isso”, comentou Rogério Correia.

A presidente nacional do PT e ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também reagiu. Segundo ela, os temas abordados pelo ex-presidente e aliados não têm conexão com as prioridades da população:

“Anistia não é a pauta do povo. O povo está pensando em emprego, salário, justiça tributária. Nada disso estava no palanque bolsonarista, só discursos golpistas”, afirmou.

Público reduzido e avaliação política

Segundo levantamento do Poder360, o ato reuniu cerca de 16,4 mil pessoas, número bem abaixo de outras manifestações lideradas por Bolsonaro na mesma avenida. Para o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), a estimativa foi de 12,4 mil presentes.

Apesar da baixa adesão, aliados de Bolsonaro seguem insistindo no discurso de perseguição e já articulam nova manifestação para o feriado de 7 de Setembro, com expectativa de maior mobilização popular. A estratégia, avaliam lideranças da esquerda, mira as redes sociais e tenta manter a base bolsonarista mobilizada enquanto o cerco jurídico avança.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

Confira a reportagem na íntegra na CNN/Brasil:

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