Movimento da Esfera Brasil cobra mais responsabilidade fiscal e lança alerta: o país gasta mais do que pode
Um chamado direto e urgente: “Essa conta é nossa”. Foi com esse slogan que a Esfera Brasil lançou, no sábado (7), uma campanha para pressionar o governo e o Congresso a enfrentarem de vez o descontrole dos gastos públicos no país. O anúncio ocorreu durante o Fórum Esfera, realizado no Guarujá (SP), e contou com a presença de autoridades e representantes do setor privado.
A proposta é clara: mostrar à sociedade que as contas públicas estão no limite e que, enquanto o Estado continua gastando mal, quem paga a conta é o cidadão comum.
“Tem coisa que não dá para adiar. O país gasta mais do que pode, e quando o Estado gasta mal, quem paga bem é a sociedade”, diz o vídeo institucional exibido no evento. A campanha também reforça que essa responsabilidade é coletiva: “Essa conta é de quem governa, de quem legisla, de quem julga, de quem produz e de quem se importa”.
Reforma administrativa e revisão de isenções fiscais
Entre os principais pontos levantados pela campanha estão a necessidade de revisão das isenções fiscais; que hoje passam dos R$ 500 bilhões por ano: e o avanço da tão discutida reforma administrativa.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reforçou a urgência da pauta. “Estamos discutindo um corte nas isenções fiscais, que ao longo do tempo se tornaram insustentáveis. Não há controle sobre a contrapartida dada à sociedade. É uma conta que só cresce, sem retorno claro”, afirmou.
Sobre a reforma administrativa, Motta adiantou que, em até 40 dias, o Congresso deve apresentar uma proposta. Segundo ele, o foco será modernizar o serviço público, reduzir custos e melhorar a qualidade do atendimento à população.
“Nós precisamos instituir a meritocracia no serviço público. Precisamos modernizar. Fazer mais com menos. Essa é a missão”, disse.
Sinal ao mercado
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também participou do encontro e reforçou a importância de um sinal claro ao mercado de que o Brasil está comprometido com o equilíbrio fiscal. Segundo ele, esse movimento é essencial para atrair investimentos e reduzir a percepção de risco sobre a economia brasileira.
“É uma boa notícia ver Legislativo, Executivo e setor privado dispostos a avançar em uma agenda estrutural que sinalize sustentabilidade da dívida pública”, afirmou.
A campanha “Essa conta é nossa” quer transformar o debate fiscal em pauta de interesse público, chamando todos à responsabilidade. Afinal, o rombo não é invisível; ele se reflete na inflação, nos juros altos, na falta de serviços e, claro, no bolso de cada brasileiro.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação