Carlos de Almeida Baptista Júnior é uma das cinco testemunhas arroladas pela PGR no processo que apura tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta segunda-feira (19) às oitivas de testemunhas na ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado articulada após as eleições presidenciais de 2022. Entre os depoentes está o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, que comandou a Força Aérea Brasileira durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
O oficial é uma das cinco testemunhas listadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para o primeiro dia de audiências, conduzidas por juízes auxiliares do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Todas as oitivas ocorrem por videoconferência, com a presença dos advogados de defesa e representantes da PGR.
Baptista Júnior já havia prestado depoimento à Polícia Federal durante a fase de inquérito. Na ocasião, afirmou ter presenciado encontros que classificou como sendo de “teor golpista” e declarou ter se posicionado de forma contrária à ruptura democrática.
A postura do ex-comandante se assemelha à do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-chefe do Exército, que também relatou resistência interna às tentativas de golpe. Os relatos dos militares são considerados peças-chave para esclarecer o envolvimento de autoridades e ex-integrantes do governo Bolsonaro na elaboração de medidas antidemocráticas.
O julgamento do caso é um dos mais delicados em tramitação no STF e avança com a oitiva de 82 testemunhas até o dia 2 de junho. Após essa etapa, será a vez dos interrogatórios dos réus, entre eles o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro.
A expectativa é que os depoimentos ajudem a consolidar o entendimento do Supremo sobre o que realmente ocorreu nos bastidores do poder nos dias que sucederam a derrota de Bolsonaro nas urnas e até onde a trama para interromper o curso democrático do país estava disposta a ir.
Por: Daniela Castelo Branco
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