Senador afirma que ministro do STF tem “missão pessoal” contra Bolsonaro e pede esclarecimentos sobre medidas que limitam falas do ex-presidente.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) intensificou o tom contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao acusá-lo de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à CNN, Flávio afirmou que Moraes age com uma “missão pessoal” de retirar seu pai da vida pública e sugeriu que o magistrado “precisa de ajuda médica”.
“Inconstitucional, ilegal e imoral. Alexandre de Moraes precisa urgentemente de ajuda médica. Não esconde de mais ninguém a perseguição contra Bolsonaro e destruiu a democracia para cumprir sua missão pessoal de tentar tirá-lo da vida pública, usando covardemente sua caneta”, declarou o senador.
As críticas vêm em meio à nova controvérsia envolvendo medidas cautelares impostas pelo STF a Bolsonaro, que está proibido de usar redes sociais, direta ou indiretamente, conforme decisão recente de Moraes. A restrição foi publicada na última segunda-feira (21), depois que o ex-presidente falou à imprensa em uma entrevista que repercutiu amplamente.
Apesar da proibição, Bolsonaro participou de uma reunião com aliados no Congresso e, ao final, exibiu a tornozeleira eletrônica, afirmando que “só a lei de Deus vale”. A manifestação pública reacendeu questionamentos sobre o eventual descumprimento das ordens judiciais.
Na prática, as medidas tornam arriscado para o ex-presidente conceder entrevistas ou fazer qualquer tipo de declaração pública. Em resposta, seus advogados apresentaram uma justificativa ao Supremo alegando que Bolsonaro “jamais considerou” estar impedido de falar com a imprensa. Eles também pediram que Moraes esclareça os limites da cautelar.
O STF e o ministro Alexandre de Moraes ainda não se pronunciaram sobre as declarações do senador Flávio Bolsonaro.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação