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Governo Trump prepara escalada de sanções contra autoridades brasileiras

Plano inclui restrição de vistos, punições graduais a ministros do STF e pressões políticas sobre Lula.

O vento gelado que soprou de Washington nesta semana não trouxe apenas sanções contra Alexandre de Moraes. Segundo o analista Lourival Sant’Anna, da CNN Brasil, o governo Donald Trump tem um plano de escalada gradual contra autoridades brasileiras; uma estratégia que mistura pressão política, punições financeiras e influência geopolítica em plena crise bilateral.

Na quarta-feira (30), os EUA aplicaram a Lei Magnitsky contra Moraes, ministro do STF, acusando-o de violações graves de direitos humanos e de atacar liberdades fundamentais ao conduzir processos contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas, de acordo com Sant’Anna, o movimento não para por aí.

Sanções graduais e restrição de vistos

O Departamento de Estado pretende estender sanções a outros ministros do STF que votaram contra Bolsonaro, de forma escalonada, enquanto monitora a reação do Brasil.

Segundo o plano revelado:

  • Vistos já emitidos podem ser revogados;
  • Novos vistos custariam US$ 500 para cidadãos brasileiros;
  • Lula, Janja e o vice Alckmin seriam poupados das restrições, mas assessores próximos poderiam ser atingidos;
  • Medidas seriam aplicadas em ondas, sempre avaliando a resposta do governo brasileiro.

“O que os EUA querem é mostrar que têm munição e que ela será usada gradualmente, conforme a reação de Brasília”, disse Sant’Anna.

O efeito político e o tabuleiro de 2026

Trump, segundo analistas, tenta transformar a crise em capital político, mirando até as eleições presidenciais de 2026 no Brasil.
O cenário ideal para a Casa Branca seria constranger Lula a visitar Washington, em um gesto que simbolizaria “reconhecimento” de que o processo contra Bolsonaro foi longe demais.

Se isso não acontecer, o plano alternativo mira interferir indiretamente no ambiente político, criando pressão econômica e diplomática para favorecer figuras alinhadas ao trumpismo e ao bolsonarismo.

Diplomacia de prêmios e castigos

A estratégia americana não mira só o Brasil. Trump e seus aliados do movimento MAGA vêm aplicando uma política clara:

  • Premiar aliados: como a Argentina de Javier Milei, que negocia tarifa zero em 80% dos produtos e isenção de vistos para seus cidadãos;
  • Castigar adversários: como Panamá e Colômbia, que enfrentam conflitos diplomáticos crescentes com os EUA.

No caso brasileiro, o pacote de medidas une sanções pessoais, tarifaço comercial de 50% e pressões diplomáticas, criando uma tempestade política que atinge STF, Planalto e empresários ao mesmo tempo.

Pontos sensíveis para o Brasil

As exigências americanas vão além do comércio:

  • Independência do STF – os EUA sinalizam desconfiança sobre julgamentos contra Bolsonaro;
  • Liberdade de expressão e redes sociais – Trump e o MAGA questionam a regulação brasileira como cerceamento de direitos;
  • Alinhamento geopolítico – Washington vê com reservas a aproximação do Brasil com Cuba e Venezuela.

A tensão escancara o choque de visões: de um lado, os EUA usando o peso econômico e diplomático como ferramenta política; do outro, o Brasil defendendo soberania e o funcionamento de suas instituições democráticas.

Um jogo de alto risco

O tabuleiro diplomático que se desenha é de risco elevado. A cada passo, Trump dá recados claros ao Brasil e à América Latina:

  • Aliados são recompensados,
  • Adversários pagam caro,
  • O comércio e a diplomacia viram armas eleitorais.

Para o Brasil, a crise já é uma prova de fogo que mistura economia, política e soberania nacional.
Se as sanções graduais avançarem, o segundo semestre promete ser o mais tenso da relação bilateral desde os anos 80, aumentando a escalada de tensão diplomática e econômica etre Brasil e Estados Unidos.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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