Manifestação em Porto Velho terminou em denúncias de truculência e sem avanço nas negociações com o governo.
A paciência dos profissionais da Educação em Rondônia parece ter chegado ao limite. Em greve há quase três semanas, a categoria elevou a pressão sobre o governo nesta terça-feira (19) com um protesto que tomou o Centro Político Administrativo (CPA) em Porto Velho e seguiu em direção à Secretaria de Estado da Educação (Seduc). O ato, que começou pacífico, terminou em tensão e denúncias de violência por parte da Polícia Militar.
Organizados pelo Sintero, professores e técnicos saíram em caminhada após discursos na sede do sindicato contra o que classificam como descaso do governo. A categoria acusa a Seduc de se recusar a negociar as reivindicações, que incluem reajuste do auxílio-alimentação, congelado há quase dez anos, aumento da gratificação por titulação, ampliação do auxílio-transporte, concurso público unificado e equiparação salarial entre técnicos de diferentes níveis.
No CPA, a mobilização ganhou força quando os manifestantes ocuparam a recepção do prédio em ato de resistência. Policiais da Casa Militar tentaram conter o avanço, mas não conseguiram. Foi nesse momento que sindicalistas denunciaram truculência. Segundo relatos, a presidente do Sintero, Dioneida Castoldi, teria sido agredida por militares durante a confusão.
“Estamos há dias tentando negociar e o governo insiste em se fechar ao diálogo. A categoria não aceita mais ser ignorada”, afirmou Dioneida.
Enquanto professores se dizem dispostos a manter a paralisação até que o governo abra negociação, o Palácio Rio Madeira segue em silêncio. A ausência de diálogo, somada aos episódios de confronto, aumenta a tensão e deixa ainda mais distante uma solução para o impasse que já afeta milhares de estudantes em todo o estado.
A Seduc divulgou uma nota:
Em nota, a Seduc reafirmou “respeito e reconhecimento” aos profissionais da educação e informou que mantém diálogo “dentro dos limites legais”. A secretaria acrescentou que o gabinete de crise está reunido com representantes do Sintero, ouvindo reivindicações e buscando soluções que conciliem as demandas com a responsabilidade fiscal do Estado.
Tezxto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação/Rondoniadinamica