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Irã admite danos graves em instalações nucleares após ataques de Israel e EUA

Porta-voz iraniano confirma destruição e país avalia impacto técnico; Trump diz que bombardeios atrasaram programa nuclear em décadas

O Irã reconheceu publicamente, nesta quarta-feira (25), que suas instalações nucleares sofreram “danos graves” após os ataques conduzidos por Israel e pelos Estados Unidos durante o recente conflito no Oriente Médio. A declaração foi feita por Esmail Baghaei, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, em entrevista à emissora Al Jazeera.

“É certo que nossas instalações nucleares foram gravemente danificadas, pois sofreram repetidos ataques de agressores israelenses e americanos”, afirmou Baghaei. Segundo ele, equipes técnicas da Organização de Energia Atômica do Irã estão trabalhando em uma avaliação detalhada da extensão dos danos nos locais atingidos.

A admissão marca uma mudança no discurso iraniano. Até então, autoridades locais e a mídia estatal haviam minimizado os impactos sobre o programa nuclear do país.

Do lado norte-americano, o presidente Donald Trump voltou a defender os ataques ordenados contra os complexos nucleares iranianos. Em declaração à imprensa, ele classificou a operação como “destruição total”, contrariando uma avaliação preliminar da inteligência dos EUA, divulgada pela CNN, que indicava um impacto mais limitado, com atraso de apenas alguns meses no avanço do programa nuclear de Teerã.

“Essas reportagens estão erradas. Nós atrasamos as ambições nucleares deles em décadas, não meses”, rebateu Trump, ainda que tenha reconhecido que os dados atuais são inconclusivos. Ele também afirmou que Israel deverá apresentar uma análise mais precisa da situação nos próximos dias.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, confirmou que o conflito de 12 dias danificou várias instalações iranianas de forma significativa. Em resposta à ofensiva, o parlamento iraniano votou pela suspensão da cooperação com a AIEA, embora o país siga, por ora, como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que regula o uso pacífico da tecnologia nuclear e combate a disseminação de armas atômicas.

A escalada envolvendo instalações nucleares aumenta ainda mais a tensão global sobre o futuro do programa iraniano e sobre os limites da atuação internacional em temas estratégicos e sensíveis como o controle atômico.

Texto: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação/CNN

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