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Israel intensifica ataques em Gaza e 140 palestinos morrem em 24 horas, dizem autoridades locais

Enquanto atenções se voltam ao conflito com o Irã, moradores de Gaza temem ser esquecidos em meio a novos bombardeios e crises humanitárias

A violência em Gaza voltou a ascender nas últimas 24 horas com pelo menos 140 palestinos mortos em decorrência de ataques israelenses, segundo o Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas. Entre as vítimas estão civis que buscavam ajuda humanitária, atingidos por tiros e bombardeios enquanto aguardavam a chegada de caminhões de alimentos.

Somente nesta quarta-feira (18), ao menos 40 pessoas morreram em ataques aéreos e disparos de soldados israelenses, segundo as autoridades de saúde locais. Médicos de Gaza relatam que entre os locais atingidos estão casas no campo de refugiados de Maghazi, no bairro de Zeitoun e na própria Cidade de Gaza, além de um acampamento de deslocados em Khan Younis, no sul do território.

Um episódio particularmente grave ocorreu na estrada de Salahuddin, na região central de Gaza, onde 14 palestinos foram mortos enquanto aguardavam por caminhões de ajuda das Nações Unidas. O Ministério da Saúde informou que, desde o final de maio, quando Israel permitiu parcialmente a retomada da distribuição de alimentos, já são 397 mortos e mais de 3 mil feridos entre os que tentavam acessar ajuda humanitária.

Israel promete investigação

As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram estar investigando o ataque aos civis que aguardavam por alimentos e reiteraram que continuam com as operações militares com o objetivo de “desmantelar as capacidades do Hamas”, tomando, segundo eles, “precauções para mitigar os danos aos civis”.

Mesmo assim, relatos de moradores e de organizações internacionais indicam que a situação humanitária em Gaza continua dramática, com fome, falta de abrigo e infraestrutura de saúde em colapso.

Gaza teme cair no esquecimento

Em meio ao aumento da violência, um novo temor surge entre os palestinos: o de que a situação em Gaza seja esquecida pela comunidade internacional. A preocupação é que os olhos do mundo, agora voltados para o recente conflito aéreo entre Israel e Irã, deixem a crise humanitária em segundo plano.

“As pessoas estão sendo massacradas em Gaza dia e noite, mas a atenção foi desviada para a guerra entre Irã e Israel. Há poucas notícias sobre Gaza atualmente”, lamentou Adel, morador da Cidade de Gaza, em entrevista à agência Reuters.

Ele relatou ainda o drama diário para conseguir alimentos. “Quem não morre por causa das bombas israelenses, morre de fome. As pessoas arriscam suas vidas todos os dias para conseguir comida e acabam sendo mortas. O sangue mancha os sacos de farinha que eles pensavam ter ganho”, desabafou.

Um conflito sem trégua

A guerra entre Israel e o Hamas já ultrapassa oito meses desde o início da ofensiva israelense, em outubro de 2023. Segundo as autoridades de saúde de Gaza, o número total de mortos no território palestino já passa de 37 mil, a maioria civis.

Enquanto o mundo acompanha os desdobramentos da tensão entre Israel e Irã, em Gaza, os sobreviventes lutam contra o que descrevem como um massacre silencioso e contínuo, marcado por fome, bombardeios e desespero.

Texto; Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação/ Reuters- Dawoud Abu Alkas

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