Investigação aponta que empresas eram de fachada e pagaram propina para aplicar descontos ilegais em benefícios .
A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 23,8 milhões em bens de empresas e sócios investigados por suspeita de fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS. A decisão atende a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e faz parte de uma série de ações para frear esquemas que aplicavam descontos indevidos diretamente nos benefícios dos segurados.
A decisão é da juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura, da 7ª Vara Federal do Distrito Federal. Ela determinou o bloqueio de ativos das empresas Venus Consultoria Assessoria Empresarial S/A, THJ Consultoria LTDA e de seus respectivos sócios Alexandre Guimarães, Rubens Oliveira Costa e Thaisa Hoffmann Jonasson.
As investigações apontam que essas empresas atuavam como verdadeiras fachadas, criadas exclusivamente para fraudar aposentados. De acordo com a AGU, há indícios de que os envolvidos chegaram a pagar propina a agentes públicos para conseguir autorização para realizar os descontos ilegais nos benefícios do INSS.
Fraude em larga escala
O bloqueio faz parte de um processo maior. No dia 8 de maio, a AGU havia solicitado o bloqueio de R$ 2,56 bilhões envolvendo 12 entidades e seus dirigentes: um total de 60 réus. Por determinação da Justiça, a ação foi desmembrada em 15 processos, limitando o número de réus por processo.
As entidades alvo já estão respondendo a Processos Administrativos de Responsabilização (PAR) dentro do próprio INSS, abertos desde o dia 5 de maio, por prática de corrupção.
Em nota, a AGU informou que há “fortes indícios, conforme inquérito policial, de que essas empresas foram criadas para cometer fraudes, muitas vezes utilizando ‘laranjas’ e promovendo pagamento de propina para manter o esquema funcionando”.
Além das 12 entidades principais, outras seis empresas suspeitas de intermediar vantagens indevidas também são alvo das investigações.
Por: Daniela Castelo Branco
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