Medida provisória prevê linhas de crédito, compras governamentais e reforço ao programa Reintegra para setores mais afetados.
O anúncio já era esperado para segunda-feira (11), mas a demora na finalização das medidas provocou preocupação em Brasília. Técnicos do Ministério da Fazenda ainda precisavam concluir o levantamento das empresas efetivamente prejudicadas, garantindo que companhias não afetadas não se beneficiassem indevidamente das linhas de crédito e programas de recuperação de impostos.
A incerteza deixava empresários em alerta, com receio de demissões e produtos retidos em portos: uma tarifa de 50% é considerada proibitiva para muitos setores.
O impacto econômico e político era claro: produtos brasileiros correm risco de perder espaço no mercado americano, exigindo a busca por novos mercados e a criação de mecanismos de apoio. A manutenção dos empregos era uma preocupação central, dada a possibilidade de demissões em empresas afetadas.
Para elaborar o plano, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB), conduziu mais de 100 encontros com empresários e representantes dos setores mais atingidos, além de telefonar a diversos empresários para convidá-los à cerimônia de divulgação no Palácio do Planalto.
O plano de contingência, que será publicado como medida provisória, destina R$ 30 bilhões em linhas de crédito às empresas afetadas. Entre as medidas, estão a ampliação das compras governamentais, permitindo que instituições públicas absorvam parte da produção que deixará de ser exportada, e o reforço ao programa Reintegra, que ressarce empresas exportadoras por tributos residuais ao longo das cadeias produtivas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acrescentou que o plano inclui uma “reforma estrutural” do Fundo de Garantia à Exportação, fortalecendo a competitividade brasileira frente ao mercado internacional.
O anúncio do plano encerra uma fase de tensão e incerteza, trazendo respostas concretas ao setor privado e ao mercado, mas mantendo a atenção sobre a execução das medidas e seus efeitos nos próximos meses. Para empresários, a chegada do plano representa um alívio, ainda que o cenário continue desafiador diante de relações comerciais e tarifárias complexas com os Estados Unidos.
Texto: Daniela Castelo Branco
Foto: Divulgação
Reportagem: CNN Brasil
