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Lula critica Trump em Moscou e defende soberania dos países ao lado de Putin

Durante reunião no Kremlin, presidente brasileiro atacou medidas unilaterais dos EUA e reforçou compromisso com o multilateralismo.

Em uma declaração contundente feita diante do presidente russo Vladimir Putin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou diretamente o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por suas recentes decisões de taxação unilateral do comércio internacional.

“A taxação imposta pelo presidente dos Estados Unidos joga por terra a grande ideia do livre comércio, o fortalecimento do multilateralismo e, muitas vezes, o respeito à soberania dos países”, disse Lula durante a parte aberta da reunião bilateral no Kremlin, nesta sexta-feira (9).

As críticas receberam sinais de aprovação de Putin, que falou antes de Lula e elogiou as relações estratégicas entre Brasil e Rússia.

Lula destacou que, no período pós-Segunda Guerra Mundial, havia a expectativa de que o mundo avançasse rumo a uma governança mais equilibrada, com o fortalecimento de instituições como a ONU e de práticas multilaterais.

“Tudo isso parecia estar em curso para garantir um padrão de tranquilidade ao mundo, o que não estamos vendo acontecer hoje”, afirmou.

Além da defesa do multilateralismo, o presidente brasileiro também falou sobre a relação comercial entre os dois países, afirmando que há espaço para ampliar as exportações brasileiras para a Rússia e aprofundar a parceria estratégica em fóruns como o G20, os Brics e a ONU.

Viagem delicada e críticas internacionais

A visita de Lula a Moscou ocorre em um contexto delicado. O presidente está na capital russa para participar da parada militar que marca os 80 anos da vitória soviética contra o nazismo, durante a Segunda Guerra Mundial.

A presença de Lula na cerimônia e sua reunião com Putin foram mal recebidas pelo governo da Ucrânia, que afirmou à CNN Brasil que a atitude compromete a posição brasileira como possível mediador da guerra.

O Itamaraty preferiu não comentar as críticas de Kiev, mas uma fonte do governo afirmou à reportagem que a postura do Brasil em relação ao conflito segue inalterada, reforçando que o país busca contribuir para a construção da paz, sem se alinhar automaticamente a nenhum dos lados.

Apesar da importância geopolítica do encontro, Lula evitou tocar diretamente na guerra da Ucrânia durante a parte pública da reunião com Putin.

Segundo o Itamaraty, os três eixos principais da viagem são justamente a defesa do multilateralismo, o fortalecimento do comércio bilateral e o debate sobre a crise ucraniana que deve ser tratado nos bastidores.

Por: Daniela Castelo Branco

Foto: Divulgação

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